Queridos leitores, no dia 17 de março de 1855, era fundada a capital do estado de Sergipe: Aracaju. O nome tem origem tupi e significa cajueiro dos papagaios. A lei que criou a capital também elevou o antigo povoado de Santo Antônio do Aracaju à categoria de município e, este ano, a capital sergipana comemora 168 anos.

Acompanhe a história dessa bela cidade em um breve relato do IPAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional) adaptado por esta coluna.

No século XVI, as terras de Aracaju compreendiam 160 quilômetros de costa, o litoral entre os rios Real e São Francisco, e em toda as margens do estuário não existia uma vila sequer. Na segunda metade do século XVII, apenas arraiais de pescadores eram encontrados nessa região. Uma capelinha (Igreja de Santo Antônio), erguida no alto da colina, teria sido o início da formação do arraial.

O distrito foi criado, em 1837, com a denominação de Aracaju. O Presidente da Província de Sergipe Del-Rei, Inácio Joaquim Barbosa, assumiu o governo em 1853, com a ordem de D. Pedro II para modernizar e acelerar o seu desenvolvimento. Em 1855, o povoado foi elevado à categoria de município e capital da Província, posição ocupada anteriormente por São Cristóvão.

Contratado para planejar a cidade, o engenheiro Sebastião José Basílio Pirro elaborou um projeto que traçou todas as ruas em linha reta, formando quarteirões simétricos que lembravam um tabuleiro de xadrez. Com a pressa exigida pelo governo, não houve tempo para a realização do levantamento completo das condições locai e erros irremediáveis que causam inundações até hoje. O projeto da cidade se resumia a um simples plano de alinhamentos de ruas dentro de um quadrado, estendendo-se da embocadura do Rio Aracaju (que não existe mais) até às esquinas das avenidas Ivo do Prado com Barão de Maruim, e a Rua Dom Bosco, antiga Rua São Paulo.

Além das vantagens obtidas pela presença da administração do governo, a nova localização da capital beneficiou, principalmente, o escoamento da produção açucareira da época e propiciou, também, nesse mesmo período, a instalação da primeira fábrica de tecidos nessa área. A cidade viveu um próspero ciclo de crescimento econômico e social que perdurou até os primeiros anos após a Proclamação da República, em 1889.

A cidade cresceu inflexível dentro do tabuleiro de xadrez. Foram aterrados vales e feitas desapropriações onerosas e desnecessárias, para que o projeto mantivesse a reta. A única exceção – uma alteração imposta pelo próprio presidente – permitiu que a Rua da Frente ganhasse uma curva, criando a bela avenida que margeia o rio Sergipe. No início do século XX houve a pavimentação da cidade com pedras regulares e a execução de obras de saneamento e embelezamento.

Aracaju tem um ar de cidade do interior e a diversidade de uma metrópole. Monumentos históricos contrastam com edifícios modernos. Feiras locais e mercados públicos são tão procurados quanto os grandes shoppings. Restaurantes regionais e contemporâneos dividem clientes. E o mar convive de perto com os rios, dando um toque especial às paisagens da cidade.

Parabéns Aracaju, pelos seus 168 anos de capital dos sergipanos

* Ermerson Porto é historiador

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