A Campanha Março Azul reforça ações de promoção à saúde, conscientização, prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de intestino. A ação é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), entre outros parceiros institucionais.

Para falar sobre esse tema, o Cinform Saúde entrevistou Dr. Felipe Torres, médico coloproctologista na Gastroclínica, presidente da Regional Norte-Nordeste de Coloproctologia, membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, pioneiro em Cirurgia Robótica Colorretal em Sergipe. Confira!

Cinform Saúde – Quando falamos em prevenção do câncer de intestino, qual é o maior tabu ?

Dr. Felipe Torres – No caso do câncer colorretal, existem dois grandes tabus. O primeiro é relacionado ao medo do exame físico, no caso o toque retal, que consegue identificar até 20% dos tumores (os localizados mais inferiormente no reto). O segundo é em relação ao exame de colonoscopia. Muitos pacientes ainda têm medo e/ ou preconceito com o exame, principalmente os do gênero masculino.

Quais exames são essenciais para o diagnóstico precoce da doença ? Quando fazê-los?

A colonoscopia é o principal exame no rastreio desse tipo de câncer. Deve ser indicado em todo indivíduo a partir dos 45 anos , a cada 5-10 anos, independente de sintomas. Outro exame de rastreamento, esse mais simples, é a Pesquisa de sangue oculto nas fezes, um exame de fezes simples que detecta quantidade microscópicas de sangue. Ele está indicado a partir da mesma idade, anualmente. Caso positivo, será indicada uma colonoscopia.

Quais os fatores de risco para essa neoplasia?

Os principais fatores de risco são: dieta rica em carne vermelha e gordura animal, enlatados, embutidos, carboidratos simples como doces e fast foods, pobre em fibras; o sedentarismo; a obesidade; fumo; o consumo bebidas alcoólicas em excesso; assim como a história família de câncer, histórico pessoal de outros cânceres como mama e ovário, como também ser portador de doenças inflamatórias intestinais, a exemplo da RetocoliteE e Crohn.

Os números relativos à doença, seu índice de cura e alcance de tratamento têm sido positivos?

Os números demonstram um aumento do número de casos a cada ano. Estima- se mais de 40mil novos casos todos os anos no Brasil. Isso é um indicador que ainda estamos rastreando pouco a população, com poucos exames sendo realizados no tempo correto, e assim não estamos prevenindo adequadamente o câncer de intestino. Felizmente seu índice de cura é alto, mais de 92% em estágios iniciais. Isso graças à cirurgia e sua evolução com técnicas menos invasivas e mais precisas como a robótica e a laparoscopia e graças a novas medicações quimioterápicas e radioterapia mais eficazes.

No caso do setor privado, temos um acesso “fácil” à saúde e o alcance dos tratamentos são bons. Contudo, no SUS ainda temos muitos casos que têm dificuldade no diagnóstico e assim têm estágios mais avançados e com chances de cura menor.

Enquanto médico coloproctologista e cirurgião, qual a sua orientação diante da Campanha Março Azul?

O meu recado é: “não espere sintomas para fazer o exame de colonoscopia. É um exame de 15-20 min, realizado com auxílio de um anestesista e pode te livrar de um câncer lá na frente. O câncer colorretal pode ser praticamente 100% prevenível, se toda a população fizer o exame na fase onde ainda detectamos os pólipos, que são benignos e não se tornaram câncer. Ajude a divulgar essa campanha com parentes, amigos, vizinhos, colegas de profissão. O Março Azul é por um Brasil com uma queda na curva do número de casos de câncer de intestino”.

 

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