No último feriado do Natal os hospitais regionais de Sergipe atenderam mais de 2,6 mil pessoas. Porém, apesar do número de atendimentos, os hospitais não funcionam da forma correta seguindo os padrões do Ministério da Saúde. Atualmente, dos seis hospitais regionais (Lagarto, Itabaiana, Estância, Própria, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora do Socorro) dois deles não realizam cirurgias de emergência por falta de estrutura.

O Hospital Regional José Franco Sobrinho, localizado no município de Nossa Senhora do Socorro, atualmente só realiza cirurgias ginecológicas. Segundo a coordenadora administrativa, Iris Gardênia da Cruz, há apenas um pronto socorro que atende clinica geral, pediatria e obstetrícia no hospital. Além de uma maternidade em que são realizados partos normais, cesáreos e curetagem.

O Hospital Regional José Franco Sobrinho precisa encaminhar os pacientes de maior gravidade para o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) como Iris explica.

“Os pacientes atendidos no pronto socorro são pacientes de risco baixo. Os poucos pacientes que são atendidos considerados em estado grave são estabilizados e regulados (via SIGAU e SAMU) para outras unidades da rede que tenham suporte adequado para o atendimento”, disse Iris.

Além do município de Nossa Senhora do Socorro a unidade hospitalar também atende a pacientes de Carmópolis, Capela, Cumbe, General Maynard, Japaratuba, Maruim, Muribeca, Nossa Senhora das Dores, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas e Siriri.

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

Já o Hospital Regional Governador João Alves Filho, na cidade Nossa Senhora da Glória, só realiza cirurgias cesarianas de emergência. Segundo a Coordenadora Assistêncial, Caroliny Barreto, há apenas uma sala de cirurgia devido à reforma no centro obstétrico.

A equipe médica atualmente é composta por: clinico geral, pediatra, obstetra, neonatologista e anestesista, sem nenhum cirurgião. “Após a reinauguração do centro cirúrgico teremos quatro salas cirúrgicas e começaremos a realizar cirurgias eletivas ginecológicas e também iniciaremos cirurgias ortopédicas. Mas por enquanto só estamos fazendo cesariana de emergência”, assegurou.

Caroline explica o que acontece com os pacientes que chegam em estado grave no hospital. “Dependendo da gravidade do paciente ele pode ir pra sutura ou para a estabilização. São realizados exames de diagnostico, como o raios-X, para a avaliação se realmente é necessária uma transferência ou não. Os que precisam de avaliação de cirurgião geralmente são transferidos para o regional de Itabaiana ou o HUSE”, destacou.

ESTÂNCIA

O Hospital Regional Dr. Jessé de Andrade Fontes, localizado na cidade de Estância, realiza apenas alguns tipos de cirurgias de emergência, como explica o superintendente do hospital de Estância, Danilo da Conceição.

“Quando o paciente chega ao hospital o médico avalia, se tiver condições de fazer aqui o médico vai e faz. Aqui só não faz cirurgias que envolvem cabeça e pescoço, além da ortopedia, casos em que os pacientes vão direto para o HUSE ou para o hospital de Lagarto”, comentou.

ITABAIANA

Uma das unidades de saúde que se destaca na execução do seu serviço é o Hospital Regional Dr. Pedro Garcia Moreno Filho, localizado em Itabaiana. Em média são realizadas 200 cirurgias por mês, entre cirurgia geral de urgência e eletivas, ortopédicas, bucomaxilofacial, oftalmológicas e de otorrino.

O coordenador assistencial, Waltenis Fraga Silva Junior, informou que unidade de saúde atende todos os pacientes dentro da capacidade técnica que um hospital regional permite.

“Se tiver dentro da nossa capacidade técnica realizamos a cirurgia no próprio hospital, se não houver possibilidade, encaminhamos para o HUSE. Se for um paciente que a capacidade técnica do hospital não supra, a gente transfere. Mas de todo jeito, se for um caso de vida ou morte, e o paciente precisar ir direto ao centro cirúrgico, ele entra para a estabilização antes da transferência”, destacou.

PROPRIÁ

O Hospital Regional São Vicente de Paulo, localizado no município de Propriá, é responsável por dezesseis municípios na Região do Baixo São Francisco. Hoje o hospital realiza as cirurgias básicas como hérnia, vesícula e alguns tipos de cirurgia ginecológica e ortopédica.

A superintendente do Hospital Regional São Vicente de Paulo, Patrícia Brito, informou que, por mês são realizadas em média 120 cirurgias de emergências e eletivas. Porém, para a superintendente, esse número não é maior devido a baixa quantidade de leitos de internamento cirúrgico que são apenas 12.

“A gente não tem como ultrapassar muito esses números por conta, tanto da taxa de ocupação dia, já que o paciente vai ser operado, mas tem que ficar em observação por pelo menos vinte quatro horas. A gente faz essa distribuição de acordo com a quantidade de leitos e a demanda por paciente”, explicou.

A superintendente também destaca que algumas cirurgias não são realizadas devido ao suporte clinico do hospital.

“Se for de suporte do hospital a gente realiza sim o procedimento aqui, normalmente os procedimentos clínicos a gente não tem o suporte total. Hoje temos uma sala de estabilização com três leitos. As demandas clinicas que precisam de exames de imagem mais complexos são encaminhadas através de regulamentação para o HUSE”, comentou.

LAGARTO

O Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro, localizado na cidade de Lagarto está hoje integrado ao campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS). É um Hospital de portas abertas para urgência e emergência. Sob responsabilidade da Ebserh, desde o dia 6 de dezembro, o Hospital realizou 98 cirurgias. Hoje são feitas em Lagarto cirurgias de urgência, como retirada de apêndice, eletivas e ortopédicas. Há também aquele tipo de cirurgia de urgência “segundo tempo”, como é denominada. É quando o paciente vai para casa e volta no mesmo dia para operar. Um paciente que chega necessitando fazer uma cirurgia naquele exato momento ele não é transferido para o Huse. O hospital de Lagarto atende as demandas, com exceção de neurocirurgia.

 

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