Embora os cuidados com a prevenção às Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ocorram durante todo o ano, neste período de Carnaval eles precisam ser intensificados. Para reforçar o alerta, a Prefeitura de Aracaju por meio da Secretaria Municipal da Saúde, orienta a população sobre a adoção de cuidados preventivos, com o foco em doenças como Monkeypox, HIV/Aids, hepatites e sífilis, para sexo seguro.
De acordo com a médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Fabrizia Tavares, nesse período de Carnaval é necessário tanto manter a prevenção à covid, quanto reforçar as orientações sobre sexo seguro. “As infecções sexualmente transmissíveis continuam sendo um problema de saúde pública relevante. Por isso temos a necessidade de intensificar as ações de prevenção a essas doenças”, explica.
Doença e transmissão
Em relação à covid-19, a infectologista orienta a população a continuar alerta para o surgimento de novas variantes e suas sublinhagens, e a manter medidas de prevenção não farmacológicas (como higiene das mãos, etiqueta respiratória, isolamento em caso sintomático, evitar aglomerações) e, principalmente, manter atualizada a situação vacinal. É fundamental, também, destaca Fabrízia, manter o esquema vacinal completo.
A monkeypox é uma doença de evolução benigna que dura, em média, duas ou três semanas, e a principal forma de prevenção é evitar o contato com a pessoa infectada. “A principal forma de transmissão é o contato direto com as lesões da pele ou os fluidos corpóreos de um doente, seja sêmen ou saliva. Essa contaminação acontece a partir do contato com secreções respiratórias, um contato mais próximo, mais íntimo, com alguém infectado, seja através de um beijo, um abraço ou da relação sexual”, explica a infectologista.
A sífilis, salienta a médica, é uma doença curável, porém, quando não tratada da maneira adequada pode afetar órgãos e sistemas do corpo humano, por isso a importância de conscientizar a população para a prevenção e diagnóstico precoce. Na maioria das vezes, a doença é assintomática, não apresenta ou não constitui sintomas, a pessoa não sente nada, o que leva a não procura por tratamento e à possibilidade de transmissão da bactéria nas relações sexuais sem camisinha.
Hepatite é um termo genérico que significa inflamação do fígado. Ela pode ser causada por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, álcool, substâncias tóxicas e vírus. As hepatites B e C são infecciosas e transmitidas por meio do sexo sem proteção e no compartilhamento de seringas e objetos cortantes.
Aids é uma doença causada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças, sendo capaz de alterar o DNA das células mais atingidas. Segundo a coordenadora do Programa Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), Débora Oliveira, é importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter Aids.
“Existem muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. O vírus tem, em média, dez anos para poder conseguir quebrar a cadeia e reduzir a imunidade do paciente e aparecer realmente os sintomas [chamados de infecções oportunistas], que aparecem quando já estão na fase avançada, então o paciente vive com o vírus e depois é que vai terminar adoecendo e ter o que chamamos de Aids”, enfatiza a coordenadora.
Campanhas de alerta
Além das campanhas de divulgação, a Secretaria da Saúde oferta camisinhas masculina e feminina nas 45 Unidades Básica de Saúde (UBSs) da cidade. Débora reforça ainda que o uso do preservativo é o método mais efetivo na prevenção às ISTs, mas existem outros cuidados disponíveis à população, como a Profilaxia pós-Exposição (PEP), que consiste no uso de medicação após uma exposição ao vírus.
“Para a foliã ou o folião que considera ter tido a possibilidade de ter sido exposto a ISTs por meio de uma relação sexual, pelo não uso ou rompimento do preservativo, é muito importante fazer a testagem rápida de HIV/Aids, hepatites virais B e C e sífilis, nos Hospitais Municipal Fernando Franco e Netor Piva. Dessa forma, é possível iniciar o tratamento o mais rápido possível, em caso de diagnóstico para algumas dessas doenças.
A Profilaxia Pós-Exposição [PEP] é um serviço de urgência em que o usuário tem até 72h para iniciar a profilaxia. A rede municipal disponibiliza medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o vírus HIV, em situações de exposição e risco como violência sexual e relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha, ou acidente ocupacional, com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). A profilaxia pós-exposição ao vírus HIV, de urgência, é realizada por 28 dias após a exposição desprotegida.