São 18 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão
Uma investigação do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) desbaratou uma organização criminosa que fraudava o chamado seguro DPVAT [Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre]. O prejuízo, segundo o que foi levantado pelos investigadores, é de R$ 8 milhões no período de dois anos. A operação foi realizada nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, 3, em Aracaju e em cidades do interior do estado. São 18 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão. Entre os presos estão um advogado, empresários e um motorista de ônibus, detido enquanto já estava conduzindo o veículo.
As investigações contaram com o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Laboratório contra Lavagem de Dinheiro. Estão sendo cumpridos dezenas de mandados de prisão e de busca e apreensão em Aracaju, São Cristóvão, Salgado, Lagarto, Nossa Senhora das Dores e Propriá. De acordo com o delegado Dernival Eloi, diretor do Cope, a organização criminosa cooptava pessoas dispostas a dar entrada no processo administrativo para recebimento de seguro DPVAT .
Os envolvidos forneciam seus documentos de identidade e eram orientados a abrir uma conta em um banco específico. Após isso, os líderes falsificavam todos os documentos correlatos, a exemplo de relatórios médicos, laudos periciais e boletins de ocorrências. Após o recebimento do valor, o beneficiário repassava 90% do valor para os chefes do esquema, retendo o restante para seu proveito.
O líder do esquema é Marcelo Augusto dos Santos, já preso por outros dois mandados de estelionato no último dia 18 de Janeiro. Ele movimentou exatos R$ 8 milhões apenas nos anos de 2013 e 2014. Entretanto, declarou como rendimentos, nesses mesmos dois anos, o valor de apenas R$ 47 mil.
A denominação ‘Apólice’ refere-se ao comprovante de obrigação mercantil utilizado no seguro. É um documento emitido pela seguradora onde o seguro é contratado. O principal objetivo desse documento é comprovar que o segurado aceitou todas as condições, cláusulas e riscos daquele seguro. De igual modo, faz alusão ao termo ‘police’, em inglês, que traduz-se como ‘polícia’.
Participaram da operação, além do Cope, a coordenadoria da Polícia Civil do Interior (Copci), o Departamento de crimes contra o Patrimônio (Depatri), o Batalhão de Operações em Área de Caatinga e Delegacias de Lagarto, Simão Dias, Estância, Cristinápolis, Propriá e Nossa Senhora das Dores.