O médico dermatologista que disputou o cargo de prefeito nas eleições de 2016, Emerson Ferreira (Rede), confirma sua pretensão para concorrer ao cargo de governador nas eleições do próximo ano, com uma proposta de mudança no cenário político.

“Eu tenho a inserção da política em uma outra lógica! Eu faço política em uma perspectiva ideológica e a minha ideologia é de ter o cidadão, a vida e o meio ambiente como prioridade”, declarou Emerson.

Filiado à Rede Sustentabilidade, o virtual candidato a governador afirma que os partidos não possuem democracia, mas donos. “A população de Aracaju, desde a eleição de prefeito ano passado, apontou nosso nome como candidato ao Governo do Estado, ou seja, ao invés de ser uma ideia do partido imposta à sociedade, nós temos uma construção da sociedade para o partido”, destacou.

Para o provável candidato, as alianças políticas firmadas no estado de Sergipe ao longo dos anos causam dúvidas em relação ao lado em que os políticos estão. “Essas coligações não são feitas através de programas ou fidelidade partidária, mas sim loteando secretarias e cargos públicos”, acrescenta

Para Emerson, a consequência dessa distribuição de secretarias é a não transversalidade nas políticas públicas, já que não há como resolver o problema de violência sem o diálogo entre as secretarias. “Quando a gente faz secretarias pontuais, onde o secretário é de um partido e o secretário adjunto é de outro, loteando esses espaços, não há união entre a política do Estado porque cada dirigente público fará uma política partidária”, contou.

Nas eleições municipais de 2016, o candidato obteve 23.190 votos e não foi para o segundo turno, e não apoiou nenhum dos dois candidatos, Edvaldo Nogueira (PC do B) e Valadares Filho (PSB). “Quando ocorreu o segundo turno das eleições para prefeito, fomos convidados a apoiar um partido, mas como? E a coerência? Nós fizemos uma campanha afirmando que as três candidaturas são iguais e que estão na origem dos nossos problemas. Então em um segundo turno entre duas dessas eu apoiaria uma? Como? Se há alguns dias atrás eu os criticava? ”, argumenta.

Emerson ainda destaca que para mudar é preciso ter coerência na vida pública, entre o que se diz e o que se faz. Ele declarou à reportagem do CINFORM que lhe foi proposto Secretarias da prefeitura em troca do seu apoio no segundo tuno. “Se estivéssemos na caixinha tradicional da política sergipana, o que iriamos fazer? Pedir uma série de Secretarias, que até determinado momento foram oferecidas, e apoiarmos um dos dois e o povo não ia estranhar muito porque está acostumado”, afirmou o ex-candidato a prefeito. Possivelmente, a proposta partiu do atual prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, que teve o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), ex-partido de Emerson.

Um dos problemas do cenário político sergipano apontado por Emerson é a polarização da disputa em dois grupos políticos, a exemplo de Aracaju, onde a administração da cidade pertenceu a apenas dois grupos nos últimos anos.

Ele explica como ocorreu a sucessão para a prefeitura da capital sergipana na última década, ressaltando a ausência de alternativa política para além dos grupos liderados por Marcelo Deda (PT) e João Alves (DEM), respectivamente. A prefeitura da capital foi administrada por Edvaldo Nogueira (PC do B) entre os anos de 2006 e 2012, sucedida pela gestão do ex-governador João Alves entre 2012 e 2016, ano em que Edvaldo retorna ao Executivo Municipal.

“Sergipe tirou um governador que achava que não servia, em 2006. No mesmo tempo, Aracaju vinha de uma sequência de prefeitos ligados ao grupo de oposição, o último terminou a administração com 70% de reprovação. Como existe polarização entre os candidatos que não dá opções ao eleitor, o povo de Aracaju viu no político retirado do governo em 2006 a esperança, o elegendo como prefeito, que por sua vez realizou uma administração pior que as anteriores. Logo, a população busca novamente o grupo que retirou com 70% de aprovação e, menos de um ano depois, a população já está insatisfeita por ver ações como estelionato eleitoral e não cumprimento das promessas de campanha”, afirmou.

 

 

 

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