O corretor de imóveis Valterflan Freire Prado viu sua vida mudar a partir dos 22 anos de idade quando ele começou a perder a audição. A dificuldade para se comunicar com as pessoas, principalmente por telefone, afetou bastante a sua qualidade de vida. No trabalho, sua condição atrapalhava a negociação com os clientes, já que a comunicação é uma das principais ferramentas da sua profissão. “Eu tinha uma audição excelente até os 22 anos de idade. A partir daí eu fui perdendo gradativamente a audição e comecei a usar aparelhos auditivos, mas com o passar do tempo a minha audição foi ficando cada vez mais severa e profunda e assim os aparelhos já não supriam as minhas necessidades”, disse.

Foi após uma consulta com um otorrinolaringologista que em 2014 Valterflan Freire decidiu submeter-se um procedimento inédito no Estado de Sergipe que resolveria definitivamente o seu problema de audição: o implante coclear. A cirurgia, realizada pelo médico Dr Roberto Setton, da Clínica Otocenter, é feita através de uma pequena incisão atrás da orelha e por esta abertura se introduz no ouvido interno um minúsculo feixe de eletrodos que estimulam diretamente o nervo auditivo.  “Lembro que dei entrada no hospital numa sexta-feira pela manhã. Meus familiares aguardavam ansiosos”, lembrou Valterflan.

“Agora a minha vida é outra, estou ouvindo”, conta Valterflan

Segundo ele, tudo transcorreu muito bem e a cirurgia foi um sucesso. Entrei na sexta e no domingo já estava recebendo alta. Passei um tempo para tirar os pontos do couro cabeludo para assim iniciar a ligação do aparelho biônico. Foi muito bonito, eu lembro que antes do aparelho parecia que não tinha nada no ouvido. Eu só ouvia um mundo vazio, mais aí fui notando a cada minuto que se passava um outro mundo, o mundo colorido da audição, que me enchia de alegria, amor e ternura”, comentou o corretor.

Ele conta que rapidamente começou a conversar com as pessoas. O primeiro foi seu irmão, por telefone, e cada vez mais a audição foi aumentando em uma velocidade incrível e com os sons altos, claros, limpos, puros e cristalinos. “Agora a minha vida é outra, estou ouvindo, trabalho conversando por telefone, pessoalmente, sem que eu precise pedir para as pessoas repetirem o que falam. Estou ouvindo o que não ouvia há anos: músicas, noticiários jornalísticos, comunicações via rádio amador e estou me comunicando muito bem graças a Deus”, comentou.

A cirurgia

 O Implante Coclear é um dispositivo eletrônico composto de duas partes, uma que é colocada no ouvido interno através de uma cirurgia (unidade interna) que irá estimular diretamente o nervo auditivo e outra que é usada por fora semelhante a um aparelho de audição normal. Estas partes se comunicam através de radiofrequência. A cirurgia é indicada para pessoas que possuem perda de audição severa ou profunda e que não se beneficiam com o uso de próteses auditivas convencionais.

Dr Roberto Setton, otorrinolaringologista

De acordo com o médico Dr Roberto Setton, após 30 dias da cirurgia o paciente começa a utilizar a unidade externa da prótese auditiva que se chama Processador de Som. “A partir deste momento, chamado de Ativação, o paciente passará a perceber os estímulos auditivos e sob a orientação dos fonoaudiólogos da equipe de implante serão conduzidos ao processo de reabilitação auditiva através de sessões semanais de terapia fonoaudiológica específica para que possam usufruir a melhor maneira de sua nova condição”, explicou.

Em Sergipe, esse procedimento é realizado tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através do Hospital São José ou no Hospital Universitário, quanto pelo setor privado (Convênios e Particulares) a exemplo da Clínica Otocenter. “Os convênios também cobrem este procedimento pois o mesmo já faz parte do rol da Agência Nacional de Saúde (ANS). Nos últimos anos, somente no Hospital São José, onde desempenhamos nossas atividades, foram realizados cerca de 100 implantes”, disse.

O especialista lembra que a vida do implantado é normal, entretanto devido ao risco de deslocamento da unidade interna que fica abaixo da pele, não se recomenda atividades esportivas de alto impacto como, por exemplo, futebol, boxe e outros esportes que possam colocar em risco o implante. “Apesar desses recursos auxiliares à audição, o paciente não deixa de ser considerado deficiente auditivo”, frisou.

 

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