*Por Evelyn Mateus
Entenda como a alimentação ajuda a regular os colesteróis séricos
A condição em que os valores de lipídios presentes no sangue se apresentam de forma alterada, é denominada dislipidemia. Ela é avaliada através do perfil lipídico, um exame laboratorial que detalha os níveis de triglicérides (TG), colesterol total, colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) e colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), sendo esses dois últimos conhecidos popularmente como colesterol bom e ruim, respectivamente.
Pode ser classificada em primária, quando deriva de alguma alteração genética ou secundária, que é resultado de fatores externos como obesidade; hipotireoidismo; uso de medicamentos; hábitos alimentares ruins, principalmente com consumo excessivo de gordura saturada; sedentarismo; tabagismo, entre outros.
As dislipidemias mais frequentes são:
- Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (≥ 160 mg/dL).
- Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado de triglicérides (≥ 150mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum).
- Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (≥ 160 mg/dL) e de triglicérides (≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum).
- HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG
Além do tratamento farmacológico, a mudança no estilo de vida se faz necessária no controle das dislipidemias. A manutenção saudável do peso corporal, redução do consumo de bebidas alcoólicas, cessação do tabagismo e prática de exercícios físicos são algumas das recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
No que se refere a alimentação, diversos estudos apontam como condições principais: o consumo moderado de gorduras, exclusão de gorduras trans, substituição de saturados por poli e monoinsaturados, redução do açúcar, consumo de alimentos fontes de gorduras boas, fibras e proteínas magras, como peixes, frutas, grãos e hortaliças. É importante ressaltar que o modo de preparo dos alimentos influencia diretamente no seu teor de gordura. Os peixes de uma mesma espécie, por exemplo, podem variar até 220 vezes a quantidade de poli-insaturados, dependendo de como foi preparado.
As fibras solúveis também se destacam na redução do colesterol sérico. Ao consumi-las, forma-se de um gel que se liga aos ácidos biliares, facilitando a excreção desses colesteróis através das fezes e diminuindo a reabsorção no intestino. Ademais, quando as bactérias intestinais fermentam as fibras solúveis e o amido resistente, produzem como resultado, ácidos graxos de cadeia curta, que também ajudam a diminuir os níveis de colesterol. A recomendação mínima de fibras é de 25g por dia.
Alimentos fontes de fibras solúveis: psyllium, aveia, semente de chia, linhaça, feijão, ervilha, lentilha, maçã com casca, laranja com albedo (bagaço), etc.
Alimentos fontes de gordura monoinsaturada: abacate, amendoim, castanhas, azeite de oliva extravirgem, etc.
Alimentos fontes de gordura poli-insaturada: atum, salmão, sardinha, ovo, óleos, azeites, etc.
*Evelyn Mateus – Nutricionista formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pela FATELOS