A Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje 14 mandados judiciais expedidos na 47ª. fase da Operação Lava Jato e prendeu o ex-gerente da Transpetro, José Antonio de Jesus, na casa dele na cidade de Camaçari-BA. Em Sergipe, quatro agentes da PF, sob o comando da delegada Mônica Horta, estão cumprindo mandado de condução coercitiva em uma residência na rua Barão do Rio Branco, 226, na cidade de Itabaiana, onde mora uma professora. O mandado é em nome de um familiar dela que aparece na lista dos investigados pelo MPF e a PF. Neste endereço está cadastrado a empresa Expansão engenharia Queiroz Correia e Companhia Ltda.
O ex-gerente da Transpetro e seus familiares são suspeitos de negociar o recebimento de R$ 7 milhões em propinas pagas por empresa de engenharia. O valor, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi pago mensalmente em benefício do Partido dos Trabalhadores (PT). Os valores teriam sido recebidos entre setembro de 2009 e março de 2014.
A atual fase foi batizada de Sothis e também cumpre oito mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, nos estados da Bahia, São Paulo, Sergipe e Santa Catarina, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
INVESTIGAÇÕES
Ainda segundo o MPF, as investigações começaram após a colaboração premiada dos executivos da empresa investigada. Conforme os procuradores, há provas que indicam que o ex-gerente recebeu suborno para favorecer a empresa em contratos com a Transpetro.
Para ocultar a origem ilícita dos recursos, o valor foi pago por meio de depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares, vindo de contas da empresa de engenharia e/ou de seus sócios.
Conforme os procuradores, José Antônio de Jesus teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como propina, entretanto, o acerto final ficou em 0,5%.
O valor foi pago mensalmente em benefício do PT e não tinha relação com os pagamentos feitos pela mesma empresa ao PMDB a pedido da presidência da Transpetro. O ex-gerente se desligou da Transpetro recentemente.
A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili disse que , neste caso, houve um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro da Lava Jato.
A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro. Além disso, estão sendo investigados contratos entre a própria empresa do filho, controlada de fato pelo ex-gerente, e a Transpetro, o que pode indicar a inexistência ou falha grave de mecanismos de compliance”, disse.
Os crimes investigados na operação são corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros. O alvo de prisão temporária será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.
O NOME DA OPERAÇÃO
O nome da operação, segundo a PF, é uma referência a uma das empresas investigadas, chamada Sirius. “A estrela Sirius era chamada pelos egípcios de Sothis”, explicou a corporação.