Por Fredson Navarro -@fredsonnavarro

De Ribeirópolis, sergipano conquistou o Brasil e ganhou espaço em outros países também

Natural de Ribeirópolis, interior de Sergipe, Paulo Alberto, saiu da zona do conforto e seguiu em, busca dos seus sonhos e missões. Foi morar em Curitiba e sua carreira decolou. Quase 20 anos, depois, o sergipano que começou a cantar desde criança, comemora a carreira ascendente no cenário nacional gospel. O seu talento é reconhecido através de dezenas de premiações e parcerias com grandes nomes da música como Aline Barros, Cassiane, Eyshila, Fernanda Brum e Gabriela Rocha.

Paulo Alberto também é ministro de louvor, casado, pai de 2 filhos e membro da PIB Curitiba. Além de cantor, o sergipano é diretor artístico e já assinou grandes produções executivas. Atualmente é diretor e produtor de conteúdo de Aline barros e André Aquino, além de conduzir projetos cristãos dentro da Unicesumar, um dos maiores EADs do país. Ele foi diretor executivo e artístico do Dom Reality – o primeiro reality de música cristã do Brasil.

Em 2021 recebeu o Prêmio Inovação em São Paulo, ao lado de Aline Barros, por ser o diretor executivo do álbum visual Minha Oração, feito inédito na indústria musical nacional. Gravou recentemente o álbum Ao Meu Pai, que conta com participações especiais de Aline Barros, Thamires Garcia, Hadassa Moraes e One Ministério.

Com um mês de lançado o álbum já atingiu a marca de 1 milhão de views e streamings e tem alcançado espaços estratégicos. gravou também projeto acústico e tem para 2022 novos projetos a serem executados.

Entre os prêmios conquistados estão: Troféu de Ouro – Categoria Melhor Profissional do Mercado (2015); Troféu de Ouro – Categoria: Melhor Profissional do Mercado (2016); Novas Promessas – Destaque Produção (2016); Honra ao Mérito – Câmara Municipal de Curitiba (2020); Melhores do Ano Gospel – Categoria: Melhor Comunicador (2020 e 4 Deezer Gospel Day – Parceiro Destaque – 2021 e Melhores do Ano Gospel – Categoria: Inovação (Diretor Executivo de Aline Barros) em 2021; Prêmio Show Gospel – Categoria: Parceiro Destaque (20 anos da Revista Show Gospel), em 2021.

Paulo Alberto é o convidado da entrevista especial desta semana do Olho Vivo – confira na íntegra:

CINFORM – Como começou a se interessar pela música?
As minhas recordações de quando ainda era muito pequeno tem música envolvida. Ou seja, seja colocando vinil na casa do avo para tocar, fita k7 em casa para gravar as próprias cantorias e por fim, os CDs que divertiam meus dias. Cresci na igreja, que é um ambiente extremamente musical. Então eu não me recordo de não ter a música na minha vivência diária. E dentro de mim eu sempre tive a certeza de que o universo da música seria o lugar que eu trabalharia e criaria conteúdos que seriam vistos e consumidos por milhares de pessoas.

-Quando você percebeu que poderia fazer carreira na música?
Eu sempre fui muito curioso, sempre pesquisei muito, mesmo tendo condições limitadas para tal e estar em uma cidade distante de tudo que estava sendo produzido. Eu via tudo pela TV ou quando eu podia acessar a internet. Aos 14 anos eu comecei a ter a curiosidade de ler fichas técnicas, de saber quem eram os profissionais envolvidos nos CDs, eu sempre comparava tudo. Como eu cantava na igreja desde pequeno eu tinha muitos sonhos nessa área e jamais limitei-os porque eu sei que Deus tem prazer em poder ver seus filhos realizando seus sonhos.

-Por morar no interior de Sergipe, em Ribeirópolis, acha que foi mais difícil sair da zona do conforto e buscar oportunidades?
Foi muito difícil. Eu consigo até hoje lembrar da decolagem daquele vôo operado pela extinta Varig saindo de Aracaju, lembro do cheiro da cidade de Curitiba quando cheguei e de tantos outros detalhes daquele 4 de maio de 2004, o dia que mudaria para sempre a minha história. Na realidade eu preciso lutar até hoje e aprender diariamente a lidar com a falta, com os medos e tantos outros sentimentos que surgem. Em Ribeirópolis eu sempre procurava o que fazer para ter algum tipo de renda, as oportunidades eram pequenas e eu muito novo para assumir oportunidades mais sérias. Então decidi sair de lá para poder viver o que eu acreditava ser o meu caminho se fez necessário e eu tive o apoio irrestrito dos meus pais, irmã e família. Mas eu jamais imaginei que viveria tudo que tenho vivido e se tornar motivo de orgulho para os que ficaram e me acompanham até hoje.

-Como chegou a Curitiba?
Eu fui convidado para trabalhar em uma loja de artigos evangélicos, que inclusive, na época, tinha uma filial em Aracaju. O dono da empresa tinha um programa na Rádio Atalaia AM. Logo em seguida eu estava apresentando rádio e o meu contato com os artistas e gravadoras começaram nesse momento. Eu lidava com música o tempo inteiro por conta do meu trabalho e cada vez mais eu me aproximava dos meios onde as produções aconteciam, dos escritórios dos artistas e de outros centros de produções. Foi muito interessante que menos de 2 anos depois da minha chegada a capital Paranaense, eu já conseguia ver indícios de que eu poderia seguir carreira na área por conta dos feedbacks e referências que as pessoas faziam sobre o meu trabalho.

-Como começou a sua carreira profissional na música gospel?
Dois anos após a minha chegada, por conta de um programa que eu apresentava e já era relevante no cenário, por ser na primeira rádio gospel na internet, eu comecei a trabalhar com alguns artistas na área de produção de conteúdo, promoção e gestão de agendas. Em 2008 eu abri a minha empresa e partir daí eu pude expandir mais. Com a minha presença na rádio, meus primeiros trabalhos foram com Ludmila Ferber, Antônio Cirilo, Toque no Altar, Fernanda Brum e outros artistas. Em 2013 eu assinei o meu primeiro grande projeto, a direção artística de um DVD pela Sony Music Brasil e a partir daí eu não parei mais. Foram inúmeros os projetos, os planejamentos de lançamentos, posicionamento de imagem e tantas outras ações que potencializavam ainda mais a carreira desses artistas. Eu posso afirmar que minha carreira começou quando eu decidi acreditar nos meus sonhos e potencial.

-Em 2004 lançou o seu primeiro disco ‘Reconquistar’, como avalia este trabalho?
Esse álbum significa muito para mim. Mesmo eu tendo uma carreira de grande relevância na parte executiva, a chegada desse disco foi especial para eu compreender que Deus tem sempre o melhor. Eu, quando adolescente sonhava todas as noites em poder gravar uma música, ou seja lá o que fosse, mas queria dar essa passo na música. O que era impossível que acontecesse estando em Ribeirópolis, por conta do mercado mesmo. Dois meses depois que cheguei em Curitiba, eu assinei contrato com uma gravadora da capital e entramos em estúdio para gravar o projeto. Eu não acreditava que estava em um dos melhores estúdios, com músicos referencias e compositores no ápice de suas criatividades. Ainda em 2004 eu voltei a Ribeirópolis para o lançamento desse projeto. Foi uma viagem extremamente emocionante pois eu pude perceber que eu estava trilhando um caminho de conquistas e começando a viver os meus sonhos. Reconquistar é uma mensagem para o meu coração também. Eu não posso deixar de conquistar e mesmo que eu tenha desistido em algum momento e por alguma razão, eu devo ter forças para reconquistar. Então, esse trabalho para mim é muito especial e tem um sentido contínuo para minha caminhada.

-Após o primeiro disco, lançou quais trabalhos?
Eu continuei lançando projetos, porém, ao invés de assinar esses projetos como Paulo Alberto, passei a assiná-los como Aproxime-se que foi lançado em 2010 um álbum em estúdio, 2015 um projeto Ao Vivo, com participações de Nivea Soares (Diante do Trono) e dos americanos Jeremiah Bowser e Amber Brooks, em 2019 lancei um Single chamado Não Mais Eu e em 2022 lancei um dos projetos mais especiais, chamado Ao Meu Pai, com participação de amigos como Aline Barros, André Aquino (Som do Reino), Thamires Garcia e outros amigos. Embora a minha carreira de produtor executivo, artístico e de conteúdo seja maior que a minha atuação como um líder de um projeto, ou como cantor, como muitos intitulam, eu resolvi dar maior visibilidade para essa área e mostrar a continuidade dessa paixão que é poder cantar. E esse último projeto tem um significado especial, pois além de assinar toda direção eu pude ser a voz dessa mensagem.

-Qual trabalho foi mais especial e/ou importante da sua carreira?
Eu já assinei inúmeros projetos, mas posso destacar alguns: O DVD que assinei a direção artística pela Sony Music, aos meus 23 anos e que me rendeu o prêmio de Melhor Profissional do Mercado em 2015, prêmio recebido no Teatro Bradesco em São Paulo. Em 2016 assinei a Produção Executiva e Artística do Festival Novas Promessas na Globo/PR, em 2021/22 pude liderar o Primeiro Reality de Música Cristã do País, sendo um dos projetos mais comentados do Mercado e um que tem meu carinho e coração, foi o Projeto Minha Oração com Aline Barros, o primeiro álbum visual do mercado e que já nos rendeu prêmio na categoria Inovação, no Melhores do Ano Gospel, No Memorial da América Latina em São Paulo. Impossível falar apenas de um projeto importante, foram vários e a soma deles me trouxe até aqui.

-A partir de quando você começou a investir em outras áreas da música gospel como direção musical?
Foi automaticamente. Já comecei pelas outras áreas, embora tivesse lançado um projeto musical cedo, esse projeto sempre caminhou lado a lado comigo, mas minha maior bagagem era na produção, direção, roteiros, conteúdo e tudo que fosse nos bastidores. Quando eu pausei entre 2015 e 2019 eu mergulhei muito na minha profissão e tive os maiores resultados já obtidos, me preparando para um momento que se eu não tivesse estudado e procurado tendências certamente ficaria para trás.Por exemplo, logo que foi decretado Pandemia, eu trabalhei na primeira live musical de um clube de futebol. O Corinthias abiu as portas do estádio e transmitimos no canal do clube o AliveNation. Assim como coordenei a imprensa do VILA MIX Gospel Em Casa, produção do AudioMix. Apresentei Lives em São Paulo com apoio da Secretaria de Cultura, Recebi Honra ao Mérito pela Câmara de Vereadores de Curitiba pela colaboração substancial `a cultura nacional e tantas outras conquistas que a minha carreira me possibilitou viver.

-Fazer parte da Sony, em um universo gigante, é um privilégio?
Com certeza. Eu jamais imaginei que aquele lugar em que eu frequentava produzindo diversos conteúdos, seria um dia minha casa e eu seria colega de gravadora de tantos grandes nomes. A Sony veio para potencializar o meu projeto na área da música, pois o álbum Ao Meu Pai, caminha para a marca de 1.5 milhão de views e streaming pouco mais de 2 meses de lançado. Poder ter o apoio da gravadora, uma das maiores do mundo, é de uma alegria imensa. Certamente, sou o primeiro sergipano a poder alcançar um feito tão expressivo na carreira em ambas as direções. Seja cantando, ou produzindo. E isso me deixa muito feliz pois eu posso levar o nome do estado, da minha cidade e as minhas raízes muito mais longe. As pessoas não fazem ideia de que eu sou nordestino e quando eu conto ficam supressas porque alguém conseguiu furar a bolha do eixo rio-são Paulo e pode colaborar para a expansão do mercado. Sony é um divisor de águas para mim como artista e uma excelente empresa para eu trabalhar como um produtor.

-Com quais artistas você já trabalhou no meio gospel?
Inúmeros! Aline Barros, Gabriela Rocha, Deive Leonardo, Gabriela Gomes, Cassiane, João Figueiredo, Isadora Pompeo, André Aquino (Som do Reino), Brunão Morada, Jefferson e Suelen, Thalles Roberto, Preto no Branco, Fernanda Brum, Heloisa Rosa, Eyshila, Thamires Garcia, Elaine Martins, projetos com a Deezer (app de Streaming – recebendo inclusive premio de Parceiro Destaque), já coordenei ações de imprensa para Marcos Witt em sua vinda ao Brasil, participei de cobertura direta dos Australianos Hillsong United, Hillsong Worship, dos americanos Michael W. Smith e Jesus Culture.

-Quais são seus projetos futuros que podem ser adiantados?
Posso adiantar que novas músicas serão lançadas pela Sony Music. Estou assinando a Direção de Conteúdo do projeto Aline Barros 30 Anos, que celebra os 30 anos de carreira da maior artista cristã do País e da América Latina. Terei o privilégio de implantar um projeto em breve no Brasil, prometo falar mais a respeito quando puder. Está em conversa a possibilidade de eu assinar a produção de um festival de música cristã no estado de Sergipe e como sempre, sigo analisando as tendências e procurando trazer novidades para o mercado como nos últimos anos.

-Quando pretende retornar a Sergipe e se apresentar?
Eu quero retornar ainda no segundo semestre de 2022 ou início de 2023 para poder apresentar ainda mais o projeto que lancei recentemente e os que tenho como meta para lançar. Quero muito poder falar mais para a juventude do Estado, e não apenas para os jovens cristãos, mas para todos que buscam diariamente se inspirarem em personalidades, em grandes profissionais, em grandes projetos, pois se eu consegui trilhar uma carreira de sucesso, todos podem. Sonho em poder olhar no olho dessa juventude sergipana e dividir tudo que está em meu coração. Terei a alegria de poder vê-los alcançando vôos mais altos que os que pude alcançar, pois essa é a minha missão.

-Deixe uma mensagem para os sergipanos que acompanham seu trabalho…
Quero agradecer a todos vocês que de alguma forma me impulsionam a seguir adiante. Eu sei que muitos torcem, oram e desejam que eu continue avançando. Eu não chegaria tão longe se não fosse tão amado na minha raiz, se eu não valorizasse a minha base e se eu não tivesse a alegria de poder espalhar sobre de onde eu vim. Eu vim de Ribeirópolis e sei que poderei tocar o mundo através da minha arte. Apenas com o projeto da Aline Barros, Minha Oração eu pude ver o meu criativo, meus textos, os insights sendo visto por mais de 40 milhões de pessoas em 6 meses… Isso é acreditar! E eu sei que é só o começo. Obrigado meu Sergipe, Ribeirópolis e Nordeste… n’os podemos transformar o país através dos nossos dons e talentos.

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