O Hospital de Urgências Governador João Alves Filho (Huse) é o maior hospital público do Estado de Sergipe. É a unidade que oferta serviços de alta e média complexidade para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a principal porta de entrada para os casos de urgência e emergência no Estado. A unidade atende, em média, aproximadamente 180 mil pacientes por ano e tem uma equipe composta de aproximadamente seis mil servidores, entre estatutários, celetistas e terceirizados.

Gerenciar uma unidade desse porte requer muita habilidade, conhecimento na área e decisões bem planejadas. Desde o dia 1º de abril deste ano, quem está à frente desta difícil missão é a engenheira clínica Adriana Menezes, ex-superintendente executiva da Secretaria de Estado da Saúde (SES). A convite do governador Belivaldo Chagas, ela topou o desafio e substituiu o médico ortopedista Walter Pinheiro.

Adriana Menezes chega com a bagagem de um excelente trabalho realizado na SES

Formada em Engenheira de Produção pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese) com especialização em Engenharia Clínica pelo Centro Universitário Social da Bahia (UNISBA), Adriana chegou para trabalhar Saúde Estadual em meados de 2018, na gestão do então secretário Valberto Lima. O desafio naquele momento, segundo ela, foi organizar a parte contratual da secretaria, os processos administrativos e a área de abastecimento, ou seja, colocar as coisas em ordem.

Durante esse período, Adriana foi interlocutora nos debates com sindicatos, se entregou de corpo e alma nos processos e se revelou uma exímia administradora pública. Seu maior desafio, à época, não poderia ser diferente: executar a tarefa de organizar os leitos e toda a rede assistencial durante a maior crise sanitária da história. A bagagem obtida durante três anos e nove meses como superintendente lhe deu o conhecimento necessário para galgar mais um espaço de destaque na Saúde Estadual

Adriana sempre esteva à frente das principais ações da Saúde Estadual

“Com a pandemia da Covid-19, eu comecei a buscar novos conhecimentos na parte assistencial para dar suporte nesse período crítico que o Estado atravessou. Juntamente com a diretoria especializada, eu trabalhei muito na abertura de novos leitos qualificados de UTI e leitos de enfermaria, e também os protocolos clínicos da assistência. E foi quando eu comecei a entender um pouco mais sobre essa área e fui me desprendendo dos conhecimentos que eu já tinha adquirido na parte administrativa”, disse Adriana.

Segundo Adriana, foi a partir desse momento que ela se descobriu na área. “Eu comecei a ficar ainda mais apaixonada pela Saúde durante a pandemia da Covid-19. Foi quando eu mergulhei intensamente nos processos mais assistenciais da secretaria, enfrentando muitas dificuldades, mas com determinação a gente conseguiu atravessar este período turbulento numa situação bem melhor que outros Estados, graças ao apoio do governador Belivaldo Chagas e a dedicação das nossas equipes”, comentou.

Em apenas dois meses, algumas iniciativas já apresentam resultados

 O início no Huse

Passada a pior faze da pandemia, quando o Estado conseguiu ampliar a vacinação da sua população e desmobilizar os leitos de Covid-19, surge o convite para assumir o Huse. “O governador me comunicou uma semana antes. Nós conversamos, ele explicou qual era o seu objetivo. Foi assustador no início, mas depois eu compreendi que seria uma oportunidade para colocar em prática algo que eu adquiri. O Huse é um gigante, é onde tudo acontece na área da saúde. Até algumas especialidades que não tem na área privada, tem no Huse”, disse.

Como superintendente executiva da SES, Adriana já conhecia parte dos problemas enfrentados pela unidade hospitalar. Para ela, isso facilitou bastante a sua chegada. “Eu nunca fui uma ‘gestora de cadeira’, sempre gostei muito de circular pelos hospitais, pelas áreas da secretaria para entender melhor o que se passa. A SES é muito conectada com vários processos e portarias, a gente precisa realmente mergulhar um pouco mais para entender o funcionamento como um todo. Eu sempre visitava o Huse e acho que o trabalho que nós realizamos foi um fator primordial para a minha escolha”, afirmou.

Huse é o maior hospital público de Sergipe com aproximadamente 180 mil atendimentos por ano

Foco

Assim que foi nomeada como superintendente do Huse, Adriana elencou três eixos principais de atuação: o Pronto Socorro, o Centro Cirúrgico e a Oncologia. A ideia, segundo ela, é melhorar a qualidade do hospital na disponibilização dos leitos, na evolução clínica dos pacientes e na assistência médica. Uma das benfeitorias já observadas é o esvaziamento do corredor de catástrofe, que revelava em determinados momentos a superlotação da unidade.

“A gente definiu essas linhas de atuação sem perder o foco no hospital. A Oncologia, por exemplo, é outro hospital dentro do Huse, é um segmento diferente do Pronto Socorro, do trauma, que possuem várias especialidades. As coisas estão evoluindo, estamos trabalhando com o projeto ‘LIN nas Urgências’, que foi implantado na gestão do Dr Walter Pinheiro, que tem o objetivo de manter o paciente o menor tempo possível internado. Vamos avançar ainda mais”, assegurou.

Desafios

Os desafios como superintendente do Huse são muitos. Para dar um maior conforto aos usuários, a nova gestora vem desenvolvendo processos de trabalho implantando melhorias na infraestrutura do Centro Cirúrgico. Foi dado início a reforma da Pediatria do Huse que será entregue com perfil amarelo e vermelho, totalmente requalificada. Nas Enfermarias, estão sendo realizadas reformas para dar mais conforto aos pacientes e profissionais, como a Ala 500 (já concluída), e a Ala C (cirurgia geral), além de um cronograma de reformas que foi desenvolvido para todas as alas.

Espera para a realização de cirurgias foi reduzida

 “Para diminuir as filas de espera nas cirurgias oncológicas, nós contratamos cirurgiões e isso tem dado muito certo. Em apenas dois meses de implantação, foram disponibilizadas mais oito salas dedicadas às cirurgias oncológicas e as cirurgias plásticas de reconstrução, reduzindo a espera que antes era de sete a oito meses para um mês ou dois meses, no máximo”, frisou Adriana.

O serviço de urologia, que foi praticamente desfeito quando os profissionais pediram demissão em massa, entre 2015 e 2016, foi retomado, após intensas negociações a partir de 2020 e hoje funciona normalmente. “Foi feito um modelo de contratação por Pessoa Jurídica (PJ) e mais uma empresa que fornece as OPMs e insumos para os procedimentos de urgência. Em abril de 2021, o serviço foi reiniciado”, disse.

Corredor de catástrofe vazio revela a melhoria do fluxo no Huse

Novo perfil do HPM

Uma das novidades implantadas pela atual superintendente do Huse é a mudança de perfil do Hospital da Polícia Militar (HPM), após a Covid-19. Metade do HPM ficou direcionada para a área vascular, responsável pela segunda maior demanda do Huse. São 18 leitos para procedimentos vasculares e centro cirúrgico (desbridamento e amputações).

“A outra metade tem 12 leitos de UTI e 10 para perfil de pacientes crônicos com mais de 30 dias em ventilação mecânica, com equipe multidisciplinar, no desmame de suporte ventilatório. Aproveitamos a capacidade instalada, o legado da Covid-19, com isso os pacientes crônicos passam a ter uma equipe a sua disposição para que voltem logo para suas famílias”, explicou.

Dinâmica, em apenas dois meses de atuação, Adriana Menezes já mostrou para que veio. Ela tem um estilo muito peculiar de atuação: é discreta em suas ações, desenvolve suas atividades sem muitos holofotes. Mas, suas habilidades técnicas sempre deixaram um rastro de competência e grandes realizações por onde passou, seja na iniciativa privada ou na administração pública.

Adriana quer a população reconheça papel do Huse

Enquanto secretária executiva da SES, teve papel decisivo para a criação do Hospital da Criança, para a inauguração do Centro de Reabilitação (CER IV), para a criação de protocolos clínicos com equipes médicas, o gerenciamento da pandemia da Covid-19 e o suporte aos hospitais da rede estadual. Agora, no comando do Huse, certamente seu nome não passará despercebido.

“Nós temos uma equipe maravilhosa, competente, sem sombra de dúvidas são os melhores profissionais do Estado. Com o apoio deles, estamos trabalhando para que a sociedade enxergue que o Huse é gigante, com muitos pacientes, mas que atende bem e é fundamental para a população. Esse é um trabalho que a gente vem fazendo diuturnamente, buscando melhorar o ambiente físico para dar maior conforto aos pacientes e nossos colaboradores. Temos várias deficiências e um caminho longo a percorrer, mas eu sou otimista e acredito que nós vamos chegar lá”, concluiu.

 

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