Pelo programa, a Cohidro atende municípios em estado de emergência devido à estiagem e visa ampliar a capacidade de acúmulo da água das chuvas em barragens de múltiplos usos, mas principalmente à dessedentação animal. Desde 2012, já foram recuperadas quase 2.000 barragens de médio e pequeno porte. Neste ano, contando com o aporte de R$ 4.910.772,90 em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), pretende atender 20 de médio porte e 1.000 pequenas barragens.
Os povoados porto-folhenses de São Domingos e Lagoa do Rancho já tiveram suas médias barragens de médio porte recuperadas. A próxima, com obras em execução, é em Lagoa da Volta. Ainda naquele município, 30 pequenos barreiros nos povoados São Judas Tadeu e Girassol foram limpos e ampliados pelo programa.
A barragem João Alves Filho, instalação que faz parte do perímetro da Ribeira, apesar de ter capacidade de acumulação de 16.500.000m³, está com seu volume útil bem próximo do seu estágio de emergência em segurança hídrica. Como forma de recuperar a capacidade original do reservatório para prevenir que uma crise hídrica não volte a acontecer nos próximos anos e ameace, inclusive, o abastecimento humano, a barragem também foi inserida pela Cohidro em seu Programa de Recuperação de Barragens.
Secretário de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Zeca da Silva explica que, além de inédita, a obra ocorre em grande escala, para dar o ritmo necessário para terminar antes das chuvas de inverno. “É uma obra que desde a construção da barragem, há 37 anos, não acontecia. Esse serviço de desassoreamento da barragem é extremamente necessário, se percebe muito material acumulado ao longo dos anos. A Cohidro vem fazendo este serviço em toda a barragem, por todos os lados. Agora é esperar que São Pedro mande chuva, que nos próximos dias a barragem estará preparada para acumular ainda mais água”, informou Zeca da Silva.
Presidente da Cohidro, empresa vinculada à Seagri, Paulo Sobral revela que a intenção é retirar o máximo possível de material assoreado. “Para que o espaço ocupado por este material seja revertido em acumulação de mais água, atendendo a toda a comunidade. Abastecimento urbano e irrigação”. Ele acrescenta que o Governo do Estado já fez investimentos anteriores em prol da segurança hídrica daquele perímetro. “Nos dois perímetros de Itabaiana, o Programa Águas de Sergipe investiu mais de R$ 14 milhões na troca de todo sistema de irrigação para um modelo que pode economizar cerca de 50% de água de irrigação e energia elétrica. Nos últimos três anos, intensificamos a fiscalização do uso irregular e dos desvios nas tubulações de água. Inclusive punindo usuários com corte no fornecimento”, apontou o presidente.
João Domingos é um agricultor irrigante que cultiva coentro, batata-doce e amendoim no perímetro da Ribeira. “Depende do período. No inverno a gente produz milho para fazer silo para o gado”, acrescentou. Sobre as obras de desassoreamento da barragem, ele considera muito importante. “Não só eu como todos os produtores. Só vê o produtor chegando e olhando. Muitos não acreditavam. É de grande importância essas máquinas trabalhando aí, esse investimento. A gente precisa de mais armazenamento e mais água. Colocando mais água na barragem vai ser bom demais para todo mundo. Deus ajude que continue irrigando como vinha antes, porque quando ela estava cheia, não faltava água para o produtor,” recordou.