Desde menino, que sou cercado de mulheres. Uma delas, a minha pensadora de plantão, minha bisavó Noemi Brandão, disse uma vez: – Meu neto, para você chegar até aqui, precisou do seu pai e da sua mãe. Eles dos seus avós. sua avó de mim. Você deve respeitar os que vieram antes. E isso levo para toda a minha vida. Diante desse fato vou tentar contar um pouco da trajetória da música em Sergipe.

A música é um caldeirão com misturas de todos os ritmos, principalmente, da nossa cultura popular, uma diversidade de raças e costumes. Aqui tínhamos os moradores, os donos da terra, os indígenas tupinambás, e colonizadores de várias culturas, como os franceses, os holandeses e os portugueses, com seus alaúdes, cravos e violinos.

Chegaram também as canções dos africanos, seus batuques e ritmos, que com o passar do tempo, receberam influência da cultura europeia, das óperas, dos frades beneditinos e do canto das crenças, deixado pelos portugueses, que eram católicos. Criou-se uma paixão herdada até hoje.

As primeiras manifestações musicais que se tem registro foram os grupos surgidos nas instituições religiosas, onde a população dos povoados da Capitania estudava e ouvia música.

Em 1745, foi criada a Orquestra Sacra, Instrumental e Coral, da Igreja Matriz da Freguesia e Vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana, pelo vigário licenciado da Capitania de Sergipe d’El Rey, Francisco da Silva Lobo. Esta é a mais antiga Instituição Musical do Brasil, destinada, principalmente, aos atos religiosos. Fez parte, como cantor e flautista, o então professor de Gramática Latina, Tobias Barreto de Meneses, entre os anos de 1857 a 1859. Para o orgulho da cidade de Itabaiana, em fevereiro de 1879, a Orquestra foi transformada em “PHILARMÔNICA EUPHROSINA” e, em 31 de outubro de 1897, teve o nome mudado, outra vez, para “PHILARMÔNICA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO”.