Entrega de animais provocou onda de indignação nas redes sociais
“Vocês estão falando sério? […] Vocês pretendem que as pessoas comecem a criar coelhos para resolver o problema da fome no nosso país?”, perguntou o governador do Estado de Miranda e duas vezes candidato presidencial da oposição, Henrique Capriles.
Nicolás Maduro, o ‘presidente’ da Venezuela em um discurso na segunda-feira passada em cadeia nacional de rádio e televisão, anunciou o surpreendente Plano Coelho. Isso mesmo. Um projeto que incentiva a criação do animal em espaços urbanos para consumo humano.
Freddy Bernal, atual ministro da agricultura urbana, e responsável pelo projeto declarou sua insegurança no começo do Plano Coelho quando o país começou a distribuir coelhos em 15 comunidades populares da área metropolitana de Caracas. Mas qual foi a surpresa dele?
“Quando voltamos e as pessoas tinham os coelhos com um lacinho porque tinham adotado como animais de estimação”, Freddy Bernal.
Receba aí ministro.
Enquanto o povo passa perrengue sem alimentos e medicamentos, Maduro vai atribuindo a situação a um complô criado pelo ‘imperialismo e burguesia local’, e não à obstinação do regime ditatorial que extinguiu a base industrial da Venezuela com política de controles.
Desde 2013, a Venezuela enfrenta uma escassez crônica de bens de consumo básicos, principalmente alimentos e medicamentos, assim como de matérias-primas para a produção industrial. Enquanto o Governo atribui a situação a um complô criado pelo imperialismo e a burguesia local, os críticos atribuem a crise à obstinação do regime, que praticamente extinguiu a base industrial do país através de políticas de controles e expropriações.
O poeta e autor de novelas Leonardo Padrón, ironizou em sua conta no Twitter: “Bernal diz que os coelhos não devem ser vistos como animais de estimação, mas como dois quilos de carne. Quanto tempo vai demorar para dizer o mesmo sobre os cachorros?”
Com informações do El País.