Jesus de Nazaré é, de longe, uma das figuras mais importantes do mundo, não somente para o Cristianismo. Filho carnal de Maria e de origem judaica, nasceu na Galileia, na primeira metade do século I, foi carpinteiro, e seguiu como discípulo de João Batista tornando-se imagem central da religião cristã.

O “galileu” era considerado profeta e pregoeiro de uma ética religiosa. Ensinava o povo por parábolas e metáforas que eram consideradas verdadeiras reflexões a respeito de Deus, mas também possuía uma mensagem de resistência social diante da realidade de opressões políticas de sua época. Por esse motivo, foi ferozmente perseguido pelas autoridades da Judeia e consequentemente condenado como subversivo à morte por crucificação pelos romanos.

O principal eixo de sua pregação era liberdade, paz, amor e perdão. Sendo assim, sua mensagem alcançava corações sedentos e cansados de uma dura realidade de injustiça, servidão, violência e ódio. Dessa forma, ele buscava deixar bem claro que não veio apenas para curar pessoas enfermas fisicamente, mas sarar a dor, seja no corpo ou na alma.

Caro leitor, esse Jesus foi realmente um personagem histórico e revolucionário? Ou um mito criado com fragmentos das velhas mitologias? Onde surgiram as dúvidas acerca da figura do Nazareno, cuja doutrina é amplamente professada por um terço da humanidade e é maioria absoluta no Brasil entre católicos e evangélicos?

A conversa não para por aqui. Vem comigo! Vez ou outra sempre aparece alguém questionando a existência e a imagem do Messias, com teorias externas à Bíblia. A história é uma ciência, tem o seu método e como historiador asseguro são vastas as referências históricas a respeito da historicidade e narrativa da figura de Jesus.

Nosso espaço aqui “no café” é muito limitado diante da grandeza do tema. Contrapartida, não é nossa intenção escrever nenhuma tese ou mesmo posicionamento teológico. Outrossim, vamos minimamente informar e citar quem, além de Mateus, Marcos, Lucas e João, escreveu sobre o “carpinteiro de Nazaré”.

Iniciamos com Flávio Josefo, um historiador judeu que viveu na época de Cristo (37 – 100 d.C.). Há também Tácito Cornélio, entre 55 e 120 d.C. Destaque também para o biógrafo Suetônio (69 – 141 d.C.) e outro importante nome que podemos citar é Plínio (o jovem), grande escritor conhecido por sua estreita relação com o imperador Trajano, além de ter sido advogado e senador em Roma pelo idos do ano 112 d.C.

Diante das fontes citadas e tantas outras não mencionadas, é quase incontestável negar a veracidade histórica da existência de Jesus. Ademais, infere-se que artefatos, relíquias e manuscritos encontrados nos últimos anos têm ajudado arqueólogos e cientistas a compreender com mais clareza de detalhes, as pessoas com quem o Messias dos cristãos relacionou-se e acabam por revigorar a busca de evidências sobre seu passado.

Diante do ponto de vista histórico, fato é, Cristo foi o personagem que mais influência teve na história. Sua revolução ética, seu senso de justiça, sua visão sobre a vida e a morte, sua influência não só religiosa, mas secular na vida e na humanidade, resistiram praticamente intactas nestes mais de dois mil anos. A mensagem permanece firme, quem muda são pessoas e instituições.

Em nome do cristianismo travaram-se guerras sangrentas, inquisições com ou sem fogueiras e inclusive, extermínios. Por outro lado, nenhum outro movimento religioso ou humanista, teve tanta influência não só no campo religioso, mas também na cultura e nas artes, assim como nos costumes e até mesmo na política.

Historicamente, Jesus é muito maior que uma religião ou filosofia. Ele seguramente não é católico, protestante, muito menos espírita. Não apenas existiu, mas existe e permanece vivo nos corações daqueles que foram, de alguma forma, tocados por sua mensagem atemporal.

Para os que possuem a fé, feliz páscoa! Não a páscoa simbolizada pelo coelho e o chocolate, não obstante àquela do perdão iniciada na cruz, banhada de sangue por amor de quem padeceu.

 

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