Entrevista com Maurício Gonçalves, Superintendente da Federação do Comércio de Sergipe 

A equipe do CinformOnline esteve na sede da Fecomércio (SE), onde entrevistou o superintendente Maurício Gonçalves, que está no cargo há mais de três anos e é pessoa de confiança do presidente da instituição, o deputado federal Laércio Oliveira.

 

CinformOnline: Maurício o que você pode dizer sobre os projetos, expectativas, os sonhos da Federação de Comércio, que é capitaneada aqui no estado pelo deputado Laércio Oliveira.

Mauricio Gonçalves: Ah, obrigado! Prazer falar com esses amigos que acompanham um pouco do trabalho da Federação. Fico muito feliz em inaugurar o 2021 juntos depois de um ano difícil, um ano de aprendizado que foi 2020. Um ano também para repensar uma série de ações de planejamentos, e a gente consegue, com toda questão de pandemia, poder entregar para o empresário sergipano soluções para que melhore a vida dele empresarial.

 

O que o empresário sergipano tem aprendido nesses longos meses de pandemia, e como a Fecomércio tem colaborado?

Como eu vinha falando aqui, o empresário precisa pensar 24h em duas coisas: Como é que eu aumento minhas vendas? E como vou reduzir meus custos? Então isso foi uma reflexão de quase dois anos, junto com o Presidente Laércio Oliveira, com a diretoria. Nós conseguimos validar soluções que reduzam os custos desse empresário. Automaticamente, quando ele reduz os custos dele, aumentam as vendas, obviamente, ele vai contratar mais, então a gente resolve um problema social, e cumpre a nossa missão da Federação do Comércio. A gente abriga hoje doze sindicatos patronais, temos cerca de 70% do PIB sergipano na nossa base, Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Estamos organizando um evento, e de primeira mão aviso aos amigos do CinformOnline, que vamos ter um evento onde vamos dar o pontapé inicial, oficialmente, dessas soluções. É muita coisa acontecendo. A gente tem muita felicidade de ter vocês no evento para avisar aos seus leitores, e as pessoas que acompanham dessas soluções.

 

O que mais o empresário do setor do serviço, turismo, pode esperar da Federação do Comércio? De uma forma clara, quais são os projetos para 2021?

Isso! A gente tem cinco pilares, que foram construídos, desenhados nesse tempo. Só para alinhar, nós temos a missão da Federação do Comércio, a gente tem que dormir, pensar, todos os dias, de que maneira eu estou cumprindo a missão que nos foi dada, que está lá desenhada, que é auxiliar os sindicatos, os associados e contribuir para o desenvolvimento do estado. Então nós temos sindicatos patronais, [formados por] empresários. E a gente desenhou os cinco pilares que são: Inovação e Tecnologia, onde a gente trabalha rapidamente, tentando conhecer esse ecossistema que temos em Sergipe hoje de Startups, de pessoas voltadas para essa parte de inovação, para resolver os problemas dos sergipanos e do mundo também. A gente tem muita experiência com isso, tem muita gente fazendo isso. E a gente [precisa] conseguir agregar esse pessoal via câmara de TI e Inovação e via Sindicato de Informática que hoje já é uma realidade, que é capitaneada pelo Roger.

Nós temos também, como segundo pilar, o Turismo, que está em nossa base de atuação, então temos um trabalho com o pessoal da COMTUR (Companhia de Turismo da prefeitura), com o secretário da Indústria e Comércio da prefeitura, com o FORTUR (Fórum de Turismo do Estado), onde a gente desenha, junto com as entidades, quais são os caminhos do turismo de Sergipe.

Precisamos de indicadores, que não conhecemos, todo mundo fala, um diz aqui, outro diz ali… Eu costumo dizer que de médico, de louco, de marqueteiro, e agora de turismólogo, todo mundo tem um pouco. Mas assim, para você tomar decisões de indicadores de ações, você precisa conhecer os números. Estamos desenvolvendo, junto com a Universidade Federal, com apoio da Fecomércio São Paulo, com o pessoal do estado, tentando desenhar um observatório, onde as pessoas da Universidade irão colher os números, e iremos validar esses números para entregar para os empresários, para os órgãos, para as entidades. [São] indicadores de tomada de decisão. Por exemplo, qual o número de turistas? Quanto eles gastam? Quais são seus principais destinos? Uma série de coisas para podermos ter visibilidade e decisão de gestão também.

Outro fator também é a segunda fase do turismo, que a gente tem dificuldade, a divulgação do destino. Então, assim, infelizmente a gente tem que chegar e dizer: as pessoas não conhecem Sergipe. Então, têm que conhecer. De que maneira vai ser usado? A gente está tentando ver os recursos. Aí você tem tantos recursos parlamentares, do setor público, como também recursos do setor privado, para agregar e a gente entregar para eles verem [lá fora]. Vamos divulgar Sergipe de uma forma mais consistente, como acontece nos estados vizinhos.

O terceiro pilar, que a gente gosta muito, é a Pesca. Nós somos um estado que tem cinco bacias hidrográficas, nós temos 22 mil km de costa, e hoje, 60% do nosso pescado é importado, se fala em nível de Brasil, nós não temos esse número ainda.

Pegamos números assim: segundo maior produtor de Atum do Brasil está em Sergipe, de Robalo, Tilápia. Esse atum é pescado na nossa costa e é levado para Bahia, Espírito Santo, a gente não tem um local… Nós somos o quarto produtor de camarão, a quantidade de camarão produzida na região de Brejo Grande, de Socorro, Indiaroba, Estância… então a ideia de criação da câmara de pesca é para gente tentar entender de que maneira a gente agrega esse ecossistema e se isso se transforma em desenvolvimento para o Estado, e de permanência do seu pescado na região, então isso é um pilar também. E qual é a parte física disso? É [o que] agente está recuperando, e aí vem o Presidente Laércio Oliveira com o seu trabalho Legislativo junto à câmara, para trazer o terminal pesqueiro, fazer uma PPP, privatizar. Esse terminal pesqueiro, que seus leitores irão lembrar, que fica em frente ao Mercado Albano Franco… Está lá, nunca foi usado, a gente geralmente coloca aquilo ali para melhorar essa ação e [compor] uma cadeia como um todo. Já é uma realidade, o edital já está saindo e agente vai caminhando. Tivemos aqui a presença do Secretário da Pesca com o pessoal de turismo, que é também um turismo esportivo, o turismo náutico é um turismo que a gente precisa aqui. Até pela força dos nossos rios. Nós temos ventos, muito vento, por que que não tem campeonato de Vela aqui? Então, são pensamentos.

 

E já teve campeonato de Vela aqui, há algumas décadas… 

Já teve. Mas precisa sair do pensamento, ou da crítica. E traçar ações lógicas, e planejamento, e saber que é possível, isso aqui vai. A gente está nesse caminho também.

 

Quais são os outros pilares, você já falou de 3?

O quarto pilar, que a gente está trabalhando é a Importação e Exportação. Há dois anos já temos uma consultoria de importação para ensinar ao empresário sergipano que importar é necessário, preciso e ele pode. Porque a gente tem aquele paradigma que importação só é para os grandes, os grandes players do mercado. A gente vem ensinando, em parceria com a Fecomércio Alagoas, mostrando que é possível importar. Para ele usar como um fator para melhorar o fluxo de caixa dele, melhorar a competição. Porque você vê os outros que chegam, todo mundo trazendo produtos importados. Então ele tem que pensar em vender para o mundo e comprar do mundo também, e Sergipe estava fora desse eixo. Estamos desenvolvendo, nós já participamos da Câmara de Negócios Internacionais de Alagoas, junto à Fecomércio de Alagoas, SEBRAE. Foi uma experiência interessante, e esse ano a gente vai abrir a Câmara de Negócios Internacionais de Sergipe. A Câmara não visa lucro, é para você encontrar os compradores no mundo e o que a gente produz. Então, estamos desenvolvendo assim: o que é que só a gente tem de importância?

A gente está dividindo Sergipe em cinco grandes importâncias, que justamente têm a ver com as bacias hidrográficas para trabalhar esses pilares também.

E o quinto pilar, e não menos importante, mas também de vanguarda, é mediação e arbitragem. Nós somos a primeira Fecomércio a colocar uma Câmara de mediação, conciliação e arbitragem. Vocês até fizeram uma entrevista com Ana Sarmento, nossa parceira, para trazer essa questão de resolução de conflitos com transparência, com menos custo, que melhore a vida das pessoas, o relacionamento de clientes e consumidores. E [que] a gente diminua essa pressão da judicialização, é uma quebra de paradigma também, é uma mudança de cultura, porque nós brasileiros, nós temos o costume de judicializar tudo, levar para justiça, para as pequenas causas. Se alguém olhar de cara feia para você… “vou botar na justiça”. Então, quase tudo que está acontecendo hoje no mundo moderno, [se resolve] através de conciliação, de mediação e arbitragem. Vou dar um exemplo: as obras de infraestrutura que o governo está entregando de 40, 30 anos que estavam paradas, todas elas têm cláusula de arbitragem para resolver. Vou fazer um exagero aqui, mas é a uma realidade, os problemas que aconteceram em Brumadinho, foram resolvidos em forma de mediação. Então é uma oportunidade… O CNJ, que é o Conselho Nacional de Justiça, já vem fazendo essas indicações, a gente já está nesse processo, já tem um, dois anos, quebrando paradigmas. Mas, graças a Deus vamos alcançar. Então, esses são os cinco pilares, com uma série de ações para melhorar a vida do empresário. Automaticamente, melhorando a vida dele ele vai contratar melhor, e vai também dar condições melhores ao seu trabalhador. E assim cumprimos nosso papel. Com ele gerando empregos e impostos.

 

Existe algum projeto relacionado com a purificação das águas de Sergipe?

Veja, aí não. Já é um trabalho de gestão do governo. O que a gente tem para entregar hoje é solução. Por exemplo, você falou em água…, é um custo muito grande para uma grande empresa. Então a gente tem uma solução hoje de um parceiro que a gente encontrou, que ele consegue reduzir seu custo de água em cima de trabalho de vazamento… E o que é interessante e eu gosto de falar isso, tudo isso que a gente está falando não vai custar nada para o empresário, de início. Tudo ele vai ganhar em cima da economia. Se ele economizar energia ele paga menos, se ele economizar água ele paga menos, se ele economizar telefonia também. A gente vai trocar o plano médio por um plano que dê uma condição melhor e que reduza o custo dele. Todas as soluções que a gente desenhou é solução para reduzir realmente os custos dele.

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