Por Edvar Freire Caetano

Primeiramente, vamos ver o que significa estadista, de acordo com o Dicionário Online da Língua Portuguesa: “Pessoa que revela grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, à administração do Estado; homem de Estado”.

Uma tentativa de encontrar um sujeito ou uma mulher com esse perfil tem desafiado a inteligência dos brasileiros, o que leva o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, a surfar uma onda de aprovação popular que ninguém acreditaria ser possível há poucos meses.

Nem um especialista sequer poderia imaginar, nos dias de inferno astral em que se encontrava Bolsonaro, amargando ataques violentos de todos os lados, até do seu próprio séquito, que hoje, tão pouco tempo depois, atraísse para o seu projeto moralizador da República mais de 52% de aprovação popular.

O fenômeno, de repercussão intangível, da malsinada pandemia, que o colocara como tábua de tiro ao alvo, foi o mesmo que alavancou sua elevação por meio do fenômeno econômico promovido pelo auxílio emergencial, e por ter sido impedido de atuar diretamente nos estados e municípios por injunções legais.

Aliado a tudo isso, e em favor do presidente, não se percebe um ser humano, uma vivalma neste Brasil com estatura de estadista, não a ponto de entusiasmar a população, que parece se encontrar satisfeita com a ausência de qualquer escândalo envolvendo a máquina pública federal, coisa que ocorria, semanalmente, em tempos ainda vivos na memória, sob outros governantes.

“Grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, à administração do Estado”. Parece mesmo difícil achar esse perfil, porque os homens públicos que aparecem por aqui possuem grande tirocínio, é verdade, mas apenas para favorecimentos, para enriquecerem, para se locupletar e lutar com unhas e dentes para permanência pessoal e do seu grupelho no poder.

É neste palco que surge uma figura carismática, que fala o que pensa, que se identifica com o povo, que anda pelas ruas à vontade, adentra aos bares; um sujeito que monta a cavalo nas manifestações populares, que ostenta um chapéu de couro no Nordeste e traga um chimarrão no Sul.

Além de tudo, demonstrou resiliência ao não se deixar levar pela intransigência, adequando-se, com notável flexibilidade, a cada momento político adverso, para desespero dos seus adversários e perseguidores, que torciam por um recrudescimento militaresco do capitão.

 

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