Ora, nem tudo é covid-19, nem tudo é coronavírus e nem tudo é pandemia.
A Constituição Brasileira deixa bem claro, em suas páginas, o que compete a cada unidade da Federação. Inclusive, detalha competências em áreas específicas, como saúde, educação, segurança e, sem deixar dúvidas, ações em tempos de calamidade pública nacional.
Motivadas pelo apoio explícito do STF, unidades federativas brasileiras, diferentemente do que fazem suas similares nas repúblicas democráticas ao redor do mundo, desafiam o governo federal, desobedecendo, semanalmente, as orientações advindas da União, em uma verdadeira guerra aberta que desafia a Lei e o bom senso.
Barbearias, salões de beleza e academias de esportes foram incluídos na nova relação de serviços essenciais, em uma trajetória planejada para dar um pouco de fôlego à economia. Esse tipo de decisão cabe ao Ministério da Economia, pois é sabido que a melhor forma de manter a vida é através de uma boa atividade econômica.
Uma economia sólida oferece condições para que se preserve a saúde, mas, no Brasil está-se ignorando esse princípio de forma inconsequente, levando à morte pela fome e pela expansão da violência muitos milhares de vidas, porque quem está na base da pirâmide econômica não tem como sobreviver sem um mínimo de recursos.
Ora, nem tudo é covid-19, nem tudo é coronavírus e nem tudo é pandemia. Em 2019, morreram, no Brasil, 70 mil pessoas, somente com pneumonia, que é quase a média anual nos últimos 3 anos, sendo que 80% dos óbitos ocorreram em idosos com mais de 60 anos! Ou seja, não há nada de novo.
Hoje, qualquer morte por pneumonia é atribuída à covid-19, como está no decreto do Estado de São Paulo. Então, por que não flexibilizar a economia, pouco a pouco, devidamente sob controle, nas regiões onde não há números que contraindiquem essa liberação, como Belo Horizonte, por exemplo, uma capital com quase 2,5 milhões de habitantes (IBGE) e 25 óbitos causados pela covid-19?
Para não alongar esse ponto de vista, o que se vê é a desobediência civil praticada por estados e municípios brasileiros, decisão eivada de viés político-ideológico, tudo com o beneplácito do STF e de dezenas de juízes, todos arvorando-se em deuses espalhados pelo Brasil afora.