Eu já disse aqui que as pessoas falam: “Vêm por ali um soldado, um padre e um doutor” (médico, se portar um jaleco, advogado se estiver de terno e com um livro grosso debaixo do braço). Foi assim que trataram o assassinato do soldado Genézio Monteiro da Cruz, que estava em serviço no município sergipano de Areia Branca e fez uma malsucedida abordagem a criminosos. Da ação, ainda saíram feridos outro soldado e um adolescente.

Soube do nome do policial consultando nota de pesar da PM “É com profundo pesar que a Polícia Militar do Estado de Sergipe (PMSE) lamenta o falecimento do soldado Genézio Monteiro da Cruz, 30 anos, ocorrido na noite desse domingo, 25, vítima de disparo de arma de fogo durante execução de serviço”.

Porque até aí o que eu li foram coisas do tipo “O soldado, de 30 anos, ingressou na corporação em 2014 e estava lotado na Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar (11º BPM), localizado na cidade de Tobias Barreto. Ele deixa esposa e dois filhos”.

A sociedade perdeu a capacidade de indignar-se com a violência praticada contra agentes policiais, acreditando que o assassinato de pais de família que ganham o pão sob risco diário de perder a vida é algo próprio da natureza da missão escolhida por eles.

Não é! O policial é um ser humano como nós outros, apenas abraçou a carreira militar por vocação para combater o crime e defender a sociedade, ou, circunstancialmente, porque precisa trabalhar para sustentar a si e à sua família.

Outros soldados têm sido mortos em missão, todos os dias e não se vê qualquer clamor popular. Isso chama a atenção porque, quando ocorre o oposto, explodem a mídia e a sociedade, os políticos, as ONGs de direitos humanos, a OAB, todos apontando o dedo em riste contra o policial que cometeu um erro, principalmente quando esse erro é fatal e atinge um inocente, e mesmo que o policial tenha uma carreira de décadas sem qualquer punição.

É claro que a sociedade tem direito e deve explodir contra a morte de um civil. Mas, de igual modo, deveria indignar-se e gritar bem alto quando um policial militar, no cumprimento do seu dever, é alvejado por reles bandidos e deixa uma viúva e dois filhos entre lágrimas.

Decorreram tão poucos dias e parece que não houve nada! Outros soldados são abatidos. O silêncio me parece ensurdecedor.

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