Foram longos e duros os dias em que a população do Brasil se mobilizou para produzir um abaixo-assinado. Falava-se de um plebiscito! Caravanas percorreram de Norte a Sul e de Leste a Oeste os quatro cantos deste País acolhendo assinaturas.
Aqui em Aracaju, no calçadão da Rua João Pessoa, nas universidades, nos colégios, nas cidades do interior, políticos, estudantes e pessoas comuns abordavam transeuntes explicando a situação de baderna em que se encontrava a moral dos grandes políticos, em Brasília e pelo Brasil afora, que chafurdavam na lama da corrupção subtraindo do povo a mais simples expressão do que é uma república.
Batalhavam em busca de apoio à iniciativa do Ministério Público que desejava embasamento para aplicar um freio que contivesse, ou que, pelo menos, reduzisse a roubalheira que se alastra no submundo do crime organizado encastelado na cúpula de partidos políticos.
Chegou-se a um expressivo número que superou os dois milhões de assinaturas, todas devidamente identificadas. Houve pompa e circunstância na entrega do documento aos notáveis do Senado federal, com ampla cobertura da grande mídia nacional, que adora espetáculos gratuitos geradores de ibope.
Os anos foram passando, o povo dormia distraído, como diz a canção popular, e as hienas arreganhavam os seus dentes e cuspiam a baba em reuniões orquestradas, enquanto subvertiam o decálogo da decência e o transformavam num arremedo para proteção de seus crimes hediondos contra a educação, a saúde e a segurança pública, esse tripé maldito promovido por ladrões de casaca.
O que dizer do povo? Ora, o povo! … O povo permanece trocando farpas em redes sociais, uns atacando Bolsonaro, outros atacando Lula, enquanto o Congresso Nacional desmoraliza os mais elementares princípios de vergonha, com poucas e honrosas exceções.