Ao chegar aos 200 dias de gestão, Edvaldo Nogueira, PCdoB, não tem o que comemorar, na opinião de seu adversário no segundo turno das eleições de 2016, o deputado federal Valadares Filho, PSB. “Ele é um prefeito frágil politicamente, e o maior escândalo da história de Aracaju, o caso da licitação do lixo, fez com que a administração dele também ficasse fragilizada”, avalia Valadares.

Questionado se a mudança de postura entre 2013, quando iniciava a gestão de João Alves, DEM, à frente da prefeitura, e 2017, quando inicia a de Edvaldo, se tratava de estratégia política ou se a situação realmente piorou, Valadares Filho leva em consideração as duas hipóteses. “Em 2013 havia uma grande expectativa, pela história política e administrativa de João. Nós tivemos um pouco de paciência lá. Mas eu compreendi que uma gestão que não é fiscalizada intensamente desde o início, pode se tornar o caos que se tornou a gestão de João, que terminou de forma melancólica”.

“Ter uma oposição mais firme, cobradora, chama a atenção para que a gestão não se acomode, que corrija os erros desde o início. Isso ajuda a administração e ajuda a população. Porque o nosso compromisso não é fazer oposição por oposição”, analisa Valadares Filho, que afirma ainda que a cobrança tem que ser de início principalmente com quem já administrou a cidade. “Edvaldo conhece a administração. Deveria estar resolvendo os problemas. Mas não está. E mais: o início da gestão de Edvaldo é muito pior do que o início da gestão de João”.

PREFEITO SETE ANOS

Explicando melhor essa sua informação, Valadares Filho diz que falta a Edvaldo humildade para reconhecer os erros. “Falam das chuvas. Mas como pode ele ter sido prefeito por sete anos e não saber que a cidade, anualmente, enfrenta esses problemas? Como pode não ter se planejado? Os serviços de manutenção básica estão praticamente parados. A operação tapa-buracos, que começou, a bem da verdade, se trata de um paliativo. Não tem nenhum planejamento. E quando a gente da oposição critica, é porque perdeu a eleição. Quando é a imprensa que critica, é porque é impaciente. Mas a arrogância de Edvaldo é justamente a de não ter humildade, não pedir desculpa pelo erro e ir trabalhar para melhorar a cidade”, resume o parlamentar.

Outro ponto frágil da gestão para Valadares é a saúde. “O secretário de Saúde sai da pasta atirando, dizendo que era boicotado. Aí uma unidade de saúde não tem nem medicamento, o que o cidadão vai fazer lá? E o tratamento com o pessoal? Tivemos a maior greve de médicos da história de Aracaju. E quem se deu mal? O cidadão que precisa do serviço, claro”, ressalta Valadares referindo-se ao ex-secretário de Saúde de Aracaju, André Sotero.

Outra cobrança: licitação dos transportes. “Ele passou a campanha dizendo que faria a licitação. Agora nem fala mais no assunto. E fez pior: tomou uma atitude retrógrada, ao retirar dos vereadores a possibilidade de discutir o preço da passagem. Isso não é nem ético, um prefeito decidir sozinho, com os empresários, o valor. Existem coisas que são legais, mas não são morais”, enfatiza Valadares Filho.

Falando em licitação, e a do lixo? “É o maior escândalo que Aracaju já teve em sua história. O dono da empresa foi preso, o presidente e a comissão de licitação da Emsurb foram afastados por ordem judicial. E a procuradoria eleitoral agora investiga saques nas vésperas da eleição desse mesmo dono de empresa. Vamos aguardar os resultados da investigação. Mas se trata de uma situação sem precedentes”, lamenta.

Por fim, de 0 a 10, que nota Edvaldo mereceria? “Na minha opinião, 2. E não é por ele não, é por conta dos servidores que mesmo com um prefeito fraco, uma prefeitura sem planejamento algum, ainda conseguem fazer algo para a população. Por isso que ainda dou alguma nota, por conta dos esforços dos abnegados servidores”, finaliza Valadares Filho.

Gestão de Edvaldo é reprovada: “merece nota 2”, diz Valadares Filho

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