Com execução iniciada neste ano de 2019, o projeto de natureza socioambiental que recebe apoio do governo do estado já capturou 70 colmeias em Sergipe
Algumas abelhas podem apresentar riscos à população, porém a vida delas é crucial para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas. Pensando nisso e objetivando o manejo correto na captura desses animais, a Associação Sergipana de Apicultores (ASA) criou o Projeto SOS Abelhas, em parceria com o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), Corpo de Bombeiros, Deso, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Codevasf, Embrapa, Infraero, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju e Energisa.
O SOS Abelhas objetiva capturar esses insetos de maneira correta, fazendo o encaminhamento a apiários, garantindo a continuidade da sua existência e fortalecendo a cadeia produtiva da apicultura de Sergipe. Atualmente, o Projeto funciona como o principal apoio para o Corpo de Bombeiros, quanto à ação de captura de insetos, em especial, das abelhas, por receber muitos chamados de ataques em residências.
Ações sustentáveis
Em relação aos parceiros da ação, cada um participa oferecendo as suas expertises. O SergipeTec, por exemplo, tem experiência na Apicultura, por ter desenvolvido o Projeto ‘Florestas Apícolas’, pelo qual produziu e plantou 20 mil mudas de árvores melíferas da essência da Mata Atlântica para fins de melhoramento de pastos apícolas; além de promover a capacitação de novos e experientes apicultores com cursos avançados de manejo apícola para a produção de mel e pólen.
Wellington Searah, que já atuou em projetos de desenvolvimento regional, como ‘Frutos da Floresta’ e ‘Florestas Apícolas’, hoje, é diretor executivo da Essa Ambiental, empresa instalada no SergipeTec.
“Por já possuir uma vasta atuação e experiência em ações sustentáveis e ligadas à apicultura, é essencial o apoio do SergipeTec, principalmente por nos acolher e sediar a Essa, e por ser tão parceiro, acompanhando tudo no dia a dia”, frisa. Para ele, o apoio do governo Federal, Estadual e Municipal de Aracaju, além da Energisa é fundamental.
“Todos visando à sustentabilidade, economia e segurança ambiental na captura destes animais e de todos as pessoas e elementos envolvidos no processo”, ressalta.
O Corpo de Bombeiros, outro parceiro do Projeto, atua na garantia da segurança da população. Já o IFS no desenvolvimento de capacitação da captura e outros manejos específicos para o Corpo de Bombeiros, por meio de Valdir Padilha, professor e responsável técnico do setor de Apicultura e Meliponicultura.
“O IFS atua no treinamento teórico e prático do Corpo de Bombeiros da captura e remoção dos enxames, no trabalho preventivo de distribuição de caixas iscas e na recepção de enxames capturados. O segundo passo do Projeto será através do IFS que consiste em capacitar e acompanhar apicultores no estado”, argumenta Valdir.
O professor reforça ainda que na captura se salva o enxame. “Antes, os Bombeiros faziam a erradicação das abelhas. A presença de enxame de APIS Mellifera na cidade é um problema socioambiental e a parceria com o Corpo de Bombeiros é fundamental porque eles atendem as ocorrências geradas via Ciosp. Temos cerca de 1200 ocorrências de abelhas por ano e isso é bem representativo”, destaca.
Com execução iniciada neste ano de 2019 em Sergipe, o projeto atua com natureza socioambiental e, segundo mostram as estatísticas dos bombeiros, obteve êxito. Neste período, já houve a captura de 70 colmeias no estado, de acordo com informações do tenente Filho do CBM/SE.
“Nós temos inúmeras dificuldades, mas a principal de todas é que as abelhas sempre chegam a áreas residenciais e se alojam em móveis, entre forro e laje e caixas d’águas. Algumas abelhas oferecem risco a quem está residindo ali e, muitas vezes, são idosos e crianças. Por isso, priorizamos este atendimento em detrimento de outros que são registrados naquele mesmo momento”, explica.
O tenente observa que as abelhas oferecem risco também a animais de estimação. “Nos últimos dois anos, registramos muitos acidentes relacionados à ação de abelhas com ferrão. Só em 2017, por exemplo, houve três óbitos aqui em Sergipe. Muita gente acaba tentando intervir de maneira errada, queimam, colocam inseticidas, e isso é um risco gigantesco para essas pessoas. Recomendamos que, presenciando a chegada ou mesmo um enxame já alojado em residências ou vias públicas, as pessoas não mexam e entrem em contato o mais rápido possível com o Corpo de Bombeiros, através do número 193”, alerta.
Ao entrar em contato com o CBM, é necessário informar a localização e a situação e, assim, uma equipe irá até o local fazer a intervenção da ocorrência. Em algumas capturas realizadas em via pública, áreas particulares, empresas ou residências, o Corpo de Bombeiros conta com o auxílio dos apicultores, por meio da sua Associação e Federação.
“Na ocorrência, fazemos a avaliação da possibilidade de captura. Existem locais que a gente não consegue fazer por conta da proximidade de pessoas. Quando há a possibilidade, fazemos a solicitação aos apicultores que vão até lá avaliar para dar a melhor orientação de como realizar o procedimento”, frisa. Ele complementa ainda que, mesmo o CBM tendo uma vivência com abelhas, nas ocorrências do dia a dia, eles não conhecem o seu comportamento. “Como os apicultores conhecem, a gente idealizou o curso com essa finalidade, para que capacitasse e tivesse um conhecimento maior para os profissionais, entendendo que conhecendo mais o trabalho, seria mais fácil, mais seguro e isso facilitaria bastante”, conta.
Parque Tecnológico
Assim como a Essa Ambiental, novas ideias inovadoras científicas e tecnológicas podem ser instaladas no SergipeTec. Basta submeter o projeto/plano de negócio a um dos quatro Editais de Seleção de Empresas (de base tecnológica): pré-incubação, incubação, empresa residente e lote. Mais informações sobre como funciona os serviços do Parque Tecnológico de apoio às ideias e projetos empreendedores podem ser obtidas pelo sergipetec.org.br e/ou editais@sergipetec.org.br.
Fonte: Agência Sergipe de Notícias