Para tratar de uma lesão que sofreu em dezembro, durante um torneio na Itália, o atleta de badminton Ygor Coelho trocou a Dinamarca, onde joga, pelo Centro de Treinamentos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no Rio de Janeiro. Aqui, passou por avaliações completas. “Preferi voltar e ficar 100% do que arriscar a me tratar lá. Foi a melhor decisão que eu tomei porque me sinto mais seguro”, revelou.

 A pouco mais de um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio, os atletas brasileiros de alto rendimento sabem que é o momento de buscar os índices classificatórios. O primeiro passo para isto fica no Laboratório Olímpico, no Centro de Treinamentos, na Barra da Tijuca. É lá que todos são acompanhados para atingir o máximo de performance e prevenir possíveis lesões.

“Acho que as partes mais importantes são as de prevenção, a parte médica de fisioterapia e a de psicologia. Há um trabalho muito grande para a gente tentar se igualar ao topo do mundo”, disse o ginasta brasileiro Arthur Zanetti, em entrevista à Agência Brasil.
 
O Centro de Treinamentos recebe, regularmente, mais de 200 atletas de 12 modalidades olímpicas: atletismo, caratê, ginástica artística, judô, nado sincronizado, natação, saltos ornamentais, snowboard, tênis, vela, vôlei de praia e wrestling.

Legado

Para melhorar o desempenho dos atletas, desde 2017 todos podem contar também com um atendimento especializado. Eles passam por avaliações completas, realizadas por profissionais especializados de diversas áreas, em equipamentos de última geração.
 
O diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, disse que parte da estrutura do laboratório é legado dos Jogos do Rio 2016, mas que depois de 2016 novos equipamentos chegaram.

“Sempre a gente vai buscar equipamentos novos. O que a gente quer para o futuro é ampliar a fisioterapia e a parte médica. A gente quer se aprofundar cada vez mais na prevenção e recuperação de atletas lesionados”, afirmou.
 
O gestor de conhecimento do Laboratório Olímpico, Felipe Lucero, disse que o trabalho segue o conceito interdisciplinar. “É uma questão de poder observar o atleta por diferentes olhares e isso vai complementando as informações. Quando ele faz um teste funcional, o profissional de preparação física está acompanhando junto com o biomecânico e o fisioterapeuta”, argumentou.

Treinadores

A avaliação ajuda o trabalho dos treinadores, que podem definir um planejamento adequado para melhorar o desempenho dos atletas, a partir das análises científicas e de pesquisa.
 
A professora de Educação Física Carolina Bastos é responsável pela área de biomecânica, que estuda o movimento humano, com análises das partes físicas e biológicas. Segundo a especialista, as avaliações levam em consideração as características dos corpos dos atletas. Por isso, os exercícios são alterados para assegurar melhor desempenho dos músculos sobre as articulações de cada um.
 
“O músculo tem dois tipos de fibras: a rápida, que é de explosão, e a lenta, que é de resistência. Se é um atleta que tem muita fibra lenta, a explosão vai até um limite. Por exemplo, no caso de um maratonista, se pode analisar quem no final da prova consegue dar um tiro [imprimir maior velocidade] e outro que não consegue. Isso tudo é avaliado”, disse Carolina.

Lesões

O risco de lesão, que para um atleta de alto rendimento pode significar ficar fora de uma Olimpíada, é avaliado na leitura de comportamento muscular, resultado dos exames realizados no local.

“O atleta de alto rendimento busca atuar no seu limite físico e técnico durante todo tempo, porque é assim que ele evolui. Esse limite faz com que, às vezes, ele caminhe próximo a riscos de lesões. Com os protocolos aplicados nesses atletas, a gente consegue reduzir os riscos”, disse Bichara.
 
O medalhista olímpico Diego Hypólito contou que teve lesões ao longo da sua carreira. “Tive 11 lesões. Com certeza, se eu tivesse esse acompanhamento isso não teria acontecido. Teria ocorrido muito menos”, afirmou.
 
Os cuidados incluem a alimentação dos atletas. Quando eles vão para competições fora do Brasil, em lugares onde os hábitos alimentares são diferentes, a solução é preparar um farnel que vai na bagagem.
 
“A gente elabora um plano de viagem e farnéis com alimentos típicos do Brasil e prepara o atleta de uma forma geral para que ele leve esses alimentos de acordo com as estratégias nutricionais. Se for o caso, a gente entra em contato com as companhias aéreas e pede para separar alimentação especial para aquele atleta”, comentou Ruan Soares, nutricionista do Departamento de Bioquímica do Laboratório.


Fonte: Agência Brasil

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