Reportagem desta edição descreve a desgraça que, novamente, se abate sobre o rico estado de Minas Gerais. Falar em tragédia anunciada é redundante, revela-se lugar-comum no dialeto da mídia mundial, então, como classificar a abertura dessa nova ferida, antes mesmo de a anterior cicatrizar?

Ontem vi, e ouvi, o presidente da Vale do Rio Doce falar, calmamente, da desgraça que se abateu sobre Brumadinho. Ouvi, e vi, também, internautas tresloucados acusando as privatizações da era do ex-presidente Fernando Henrique como culpadas pelo fatídico rompimento da barragem.

Ouvi, e vi, a cúpula do governo Bolsonaro, e o próprio, falarem que vão sobrevoar a região, uma fala que já escuto há mais de 50 anos: igualzinho!

Não serei imbecil a ponto de culpar o atual governo, tampouco a política de privatizações, já que os desastres previsíveis não naturais podem acontecer por falhas de projeto e por falta de fiscalização e acompanhamento na sua execução.

Entretanto, tragédias desse porte acontecem mesmo por conta da irresponsabilidade de gestores, que, no Brasil, são sempre indicados por conveniências políticas, quando a empresa é pública, ou por ganância exacerbada, quando é da iniciativa privada.

A busca cega pelo lucro máximo leva conselhos administrativo de grandes conglomerados a adotarem procedimentos de alto risco, uma vez que são convencidos pelos seus executivos, altamente remunerados e com altas participações nos resultados, de que sempre dá para economizar com prevenção.

Hoje, pais, mães, irmãos, cônjuges, o povo de Brumadinho, de Minas Gerais, do Brasil e do mundo choram pela morte trágica e gratuita de seus entes queridos, enquanto o Brasil passa a carregar no colo mais um peso da irresponsabilidade criminosa da bilionária Vale do Rio Doce.

TRIPLO ASSASSINATO EM ITABAIANA (SE)

Nas primeiras horas da manhã do último sábado, 26, Itabaiana, cidade localizada na região do agreste sergipano, foi abalada com a notícia de um duplo assassinato seguido de suicídio, quando José Renivaldo da Silva, 58 anos, sacou sua arma, por volta das 6h, e atirou contra o próprio sobrinho e o cunhado, Adelmo Silva Santos, 33 anos e João Evangelista dos Santos, 67 anos, respectivamente. Após assassiná-los, José Renivaldo disparou contra si, falecendo também no mesmo local.

ASSASSINATO EM ITABAIANA 2

Os familiares das vítimas estiveram no Instituto Médico Legal (IML) na tarde do dia dos assassinatos e reafirmaram que José Renivaldo jamais apresentou qualquer indício de insanidade psíquica. Tampouco houvera qualquer briga ou desentendimento anterior ao caso.

Os assassinatos ocorreram em um sítio no povoado Serra, em Itabaiana, onde seu João Evangelista costumava ir bem cedo para dar ração ao gado e cuidar dos afazeres do sítio. Adelmo Silva estava junto para ajudar ao tio, sendo assassinado sem qualquer razão aparente.

Quem ouviu os tiros e avisou as pessoas foi o caseiro do sítio, que percebeu os disparos e correu. Segundo relato do irmão do assassino e suicida, no dia anterior a esse crime bárbaro, José Renivaldo deixou a atirar em um vizinho.

No IML, os parentes dos três mortos ¬ que eram conhecidos ¬ estiveram no mesmo horário para prestar os esclarecimentos necessários à liberação dos corpos. Os sepultamentos foram programados para ontem, domingo, sendo o dos assassinados no cemitério de Santo Antônio e Almas, enquanto o do assassino suicida foi no Campo Grande, segundo relatos dos parentes.

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