Cerca de 25 profissionais da equipe multidisciplinar da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, participaram da aula, que foi ministrada, nesta quarta-feira, pelo ortopedista pediátrico Rafael Gonçalves. Os profissionais de saúde analisaram ocorrências frequentes em maternidades, como fraturas de clavícula durante o parto, o que preocupa médicos e familiares.
Estudos apontam, que este tipo de problema pode acontecer em 10% dos bebês nascidos por partos normais. Nas cesarianas os casos são raros. Entre os fatores de riscos estão o peso elevado ao nascimento, bebês com tamanho superior a 52 cm, além de trabalhos de parto prolongado, ou com uso de instrumentos, sem contar a idade materna avançada. “Falar para pessoas que lidam nos primeiros segundos de vida das crianças, vai ajudar a melhorar nossa capacidade de intervenção”, explica o ortopedista.
Ainda segundo Rafael Gonçalves, este tipo de fratura também está associada a distócia de ombros – dificuldade de passagem do ombro da criança durante o nascimento -, assim como outras patologias como displasia do desenvolvimento do quadril, pé torto congênito e outras deformidades congênitas. Muitos são os casos envolvendo fraturas ortopédicas em recém-nascidos, algumas dessas, sobretudo, as de ossos longos, podem ocorrer durante o parto.
Esses problemas ortopédicos são registrados com frequência na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, que atende gestantes de Aracaju, interior de Sergipe, Bahia e Alagoas. Somente nos últimos três meses de 2018 foram realizados 1.287 partos na unidade. A Diretora Técnica da Maternidade, Roseane Porto, explica que “a unidade recebe um volume grande de gestantes com perfil de alto risco, e a frequência dos problemas ortopédicos congênitos é grande”. Para ela, “é muito importante ampliar esses conhecimentos, principalmente com relação a diagnósticos e como conduzir esses pacientes.”.
Em Sergipe, são sete médicos ortopedistas pediátricos, sendo dois no Sistema Único de Saúde (SUS) para atender as principais necessidades dos recém-nascidos. Informação pouco divulgada. A médica neonatologista, Nádia Macêdo chegou a dizer que “desconhecia a existência destes profissionais em Sergipe”. Para ela “Esse aprendizado foi muito válido, tive um treinamento no passado, e com essas atualizações acredito que nosso trabalho no dia a dia irá mudar”, afirmou.
O médico Rafael Gonçalves também fez um balanço positivo da aula e disse: “Sempre que a gente ensina a gente aprende também. Os temas são muito profundos, mas o objetivo era conscientizar os profissionais sobre os fatores de riscos, o diagnóstico precoce e atenção ortopédica adequada. Acredito que conseguimos” afirma o ortopedista.